Neste post iremos estudar as relações do feto com a bacia e com o útero materno, o que denominamos de estática fetal. Bastante atenção para as nomenclaturas! Vamos dividir nosso estudo em (1) atitude fetal, (2) situação, (3) posição, (4) apresentação, (5) variedade de apresentação e (6) variedade de posição. Então, vamos lá!
Estática Fetal
Neste post iremos estudar as relações do feto com a bacia e com o útero materno, o que denominamos de estática fetal. Bastante atenção para as nomenclaturas! Vamos dividir nosso estudo em (1) atitude fetal, (2) situação, (3) posição, (4) apresentação, (5) variedade de apresentação e (6) variedade de posição. Então, vamos lá!
1. Atitude ou Postura fetal
Este é bem simples: é a relação das diversas partes fetais entre si. Devemos observar que o feto dobra-se e curva-se sobre si próprio, em uma atitude de flexão generalizada. É o que chamamos de ovoide fetal.
Ovoide fetal
2. Situação
É a relação entre o maior eixo fetal e o maior eixo uterino. Três situações podem ocorrer: longitudinal (99% das vezes), transversa e oblíqua. Esta última é uma situação de transição, tornando-se, em algum momento, longitudinal ou transversal. Observe as imagens abaixo.
Situação longitudinal Situação transversa
3. Posição
É a relação do dorso fetal com o abdome materno. Na situação longitudinal, pode ser direita ou esquerda. Na transversal, pode ser anterior ou posterior.
Neste ponto, temos uma pequena divergência entre os autores… A escola alemã define a posição de acordo com o lado materno no qual se encontra o dorso do feto. Já a escola francesa define a posição não de acordo com o dorso do feto, mas sim pelo ponto de referência fetal (veremos mais adiante).
No final da gestação a termo, a posição mais comum é a esquerda.
4. Apresentação
É o polo fetal que se encontra no estreito superior da pelve materna. Se longitudinal, a apresentação pode ser cefálica ou pélvica. Na situação transversal, somente uma apresentação é possível, que é a córmica (o ponto de referência é o acrômio).
a: apresentação cefálica
b: apresentação pélvica
c: apresentação córmica
5. Variedade de Apresentação
Vamos memorizar como sendo as diferentes formas que a apresentação pode ocorrer. Na apresentação pélvica, existem duas variedades principais, como observado nas imagens a seguir, a completa (ou pelvipodálica) e a incompleta (também chamada de modo de nádegas).
A: apresentação pélvica incompleta (ou modo de nádegas)
B: apresentação pélvica completa (ou pelvipodálica)
Na apresentação cefálica, a variedade irá depender do grau de deflexão do polo cefálico. Para cada variedade, existe um ponto de referência fetal, que corresponde, na realidade, à estrutura fetal que primeiro palpamos quando realizamos o toque vaginal em um feto já insinuado. Observe a tabela a seguir.
Apresentação |
Ponto de Referência |
Símbolo |
||
Cefálica |
Fletida |
|
Lambda (ou pequena fontanela) |
O |
Defletida |
1⁰ grau ou de Bregma |
Bregma |
B |
|
2⁰ grau ou de Fronte |
Glabela ou raiz do nariz |
N |
||
3⁰ grau ou de Face |
Mento |
M |
Agora falaremos de cada uma separadamente. Observe a imagem a seguir. A linha marcada corresponde aos diâmetros da cabeça fetal que serão apresentados à pelve materna durante a insinuação.
A: corresponde à apresentação cefálica fletida, cujo ponto de referência é a pequena fontanela (ou lambda). É a variedade de apresentação mais comum, sendo também a mais favorável ao parto vaginal. O feto apresenta à pelve, na insinuação, o diâmetro suboccipitobregmático (marcado na figura acima), que mede 9,5 cm em média.
B: apresentação cefálica defletida de bregma, ou defletida de 1⁰ grau (ponto de referência é o bregma, a grande fontanela). O diâmetro na insinuação é o Occipitofrontal, de 11 cm. Esta apresentação é geralmente um achado transitório, transformando-se na maior parte das vezes em apresentações fletidas.
C: apresentação cefálica defletida de fronte, ou defletida de 2⁰ grau (ponto de referência é a raiz do nariz). É uma apresentação rara e impossibilita o parto vaginal, uma vez que o maior diâmetro da cabeça fetal é apresentado à pelve (occipitomentoniano, com cerca de 13,5 cm).
D: apresentação cefálica defletida de face, ou defletida de 3⁰ grau (ponto de referência é o mento). O diâmetro desta apresentação é o submentobregmático, com cerca de 9,5 cm. Pode permitir o parto vaginal.
6. Variedade de Posição
É a relação dos pontos de referência da apresentação e o ponto de referência da pelve materna (basicamente o sacro e o pube).
OK. Agora preste bastante atenção. Quando for mencionada uma variedade de posição, devemos imaginar uma paciente em posição ginecológica. E não se esqueça: o pube é anterior e o sacro é posterior. Na apresentação cefálica fletida, a nomenclatura consiste na observação de que o lambda da apresentação (e, portanto, o osso occipital) estará orientado para o pube, o sacro ou outra posição entre estes dois. Observe os exemplos a seguir e atenção especial para a nomenclatura obstétrica utilizada.
OEA: Occípito-Esquerda-Anterior
ODA: Occípito-Direita-Anterior
OET: Occípito-Esquerda-Transversa
ODT: Occípito-Direita-Transversa
OEP: Occípito-Esquerda-Posterior
ODP: Occípito-Direita-Posterior
Vamos esmiuçar a variedade OEA, o primeiro quadro da imagem anterior. A letra “O” se refere ao ponto de referência fetal, que é o occipital (ou o lambda), condizente com a apresentação cefálica fletida. A seguir, a letra “E” nos revela que o ponto de referência está voltado para a esquerda do corpo materno. Po
r fim, a letra “A” aponta que o ponto de referência é anterior, ou seja, voltado para o pube materno. Essa lógica pode ser utilizada também para as demais apresentações.
Observe também os próximos exemplos:
OS OP
OP: Occípito-Púbica (portanto, é anterior)
OS: Occípito-Sacra (portanto, é posterior)
Além das apresentações cefálicas fletidas, também podemos nomear as outras apresentações, sempre observando o determinado ponto de referência. Na apresentação córmica, o acrômio é representado como um “A”; na apresentação pélvica, o sacro é representado como um “S”.
Essas regras realmente são complicadas… entretanto, não é incomum, nos concursos, as questões apresentarem um desenho esquemático e solicitar a nomenclatura referente. Portanto, bastante atenção!
Antes de finalizarmos, observem os últimos exemplos.
AEP: Acrômio-Esquerda-Posterior (neste caso, o anterior e posterior é definido pela posição do dorso fetal)
SDP: Sacro-Direita-Posterior, apresentação pélvica completa
NDA: Nariz-Direita-Anterior
Igor Torturella