O Joint National Comittee (JNC) é uma força tarefa norte-americana reconhecida internacionalmente que buscar investigar e atualizar o conhecimento médico sobre a hipertensão arterial sistêmica. O JNC consiste em um trabalho de revisão da literatura publicada sobre o tema e envolve não só médicos cardiologistas e outras especialidades como outros profissionais também. Em sua oitava edição, os especialistas envolvidos desenvolveram a diretriz atualizada para o ano de 2014.
Esta nova diretriz usou 3 perguntas primordiais como norte da pesquisa:
- Em adultos hipertensos, iniciar o tratamento farmacológico em determinado limiar de pressão arterial melhora a saúde e desfechos futuros?
- Em adultos hipertensos, a terapia farmacológica objetivando certo nível pressórico leva a melhora da saúde e dos desfechos futuros?
- Em adultos hipertensos, as diversas drogas antihipertensivas ou classes de drogas diferem entre si nos benefícios e efeitos adversos sobre aspectos específicos da saúde?
Baseado nisso, os pesquisadores desenvolveram 9 recomendações no manejo da doença:
- Na população de 60 anos ou mais, o tratamento farmacológico deve ser iniciado quando a pressão arterial for igual ou maior que 150 mmHg a sistólica e/ou 90 mmHg a diastólica. O tratamento deve manter a pressão em níveis inferiores a esses valores.
- Naqueles com menos de 60 anos, se a pressão diastólica for maior que 90 mmHg, o tratamento farmacológico deve ser iniciado objetivando mantê-la menor que este valor.
- Assim como a orientação anterior, o mesmo deve ser feito com a pressão sistólica, mas o valor de referência é de 140 mmHg.
- Na população de 18 anos ou mais com doença renal crônica, deve-se iniciar drogas antihipertensivas afim de manter a pressão arterial inferior a 140/90 mmHg.
- O mesmo que a recomendação anterior, só que para pacientes com diabetes ao invés da doença renal crônica.
- Para a população não-negra, incluindo aqueles com diabetes, o tratamento de primeira linha inclui tiazídicos, bloqueadores do canal de cálcio, bloqueadores do receptor de angiotensina (BRA) e inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA).
- Para a população negra, incluindo aqueles com diabetes, as drogas de primeira linha são tiazídicos e bloqueadores do canal de cálcio.
- Para os pacientes com 18 anos ou mais, doença renal crônica e hipertensão, o tratamento sempre deve incluir um inibidor da ECA ou BRA afim de evitar a progressão da doença renal. Esta recomendação independe de etnia ou presença de diabetes.
- Se a pressão alvo não for atingida em um mês após a primeira prescrição, deve se aumentar a dose da droga usada ou adicionar uma segunda droga de primeira linha relacionada na recomendação 6. Uma terceira droga de primeira linha deve ser incluída se a pressão alvo não for atingida com duas drogas. Inibidores da ECA e BRA não devem ser usadas em conjunto. Uma droga de segunda linha deve ser incluída na terapia caso o tratamento triplo seja ineficaz ou o paciente apresente alguma contra-indicação a uma das drogas de primeira linha. Devem ser encaminhados para o especialista os pacientes que não tenham a pressão controlada com estas medidas ou que tenham comorbidades e/ou condições relevantes.
Embora esta nova diretriz não tenha trazido grandes mudanças no tratamento da hipertensão, é sempre bom ficar antenado porque nas provas o que vale é o mais recente. E vocês, o que acharam da nova diretriz? Muito ou pouco relevante? O artigo completo vocês acessam gratuitamente aqui.
Yan Carvalho