Anemia é um achado comum nas mais diversas situações clínicas e por isso é muitas vezes menosprezada e não investigada. Entretanto, vale lembrar que a identificação da anemia por si só não é suficiente, já que frequentemente é a única manifestação de alguma doença de base do paciente.
Obviamente que os dois passos fundamentais para esse diagnóstico são a anamnese e o exame físico. Entretanto, enfocaremos os exames laboratoriais por causarem muitas dúvidas sobre o que pedir e como interpretar. Os exames básicos são hemograma com contagem de reticulócitos e esfregaço periférico. Segundo a OMS, anemia é definida como nível de hemoglobinemia abaixo de 12,5g/dL. Depois que a anemia é identificada, o VCM é o divisor de águas na próxima etapa, separando as anemias em microcíticas (VCM<80), macrocíticas (VCM>100) e normocíticas (80<VCM<100). A análise do esfregaço também está dentro deste passo inicial, visto que certas doenças que alteram de forma típica as hemácias podem ser diagnosticadas neste momento sem mais análises, como anemia falciforme por exemplo. A presença de reticulócitos deve levantar suspeita de hemólise ou hemorragia, que são perdas agudas de hemoglobina.
Este é o laboratório básico para diagnóstico das anemias. Outros exames mais específicos ordem ser necessários, mas devido a complexidade do tema, merecem um capítulo a parte.