Pergunta: Rafaela Tabata ( Faculdade de Medicina de Itajubá )
Dr. Mário, como está inserida infectologia no mercado de trabalho brasileiro? É dependente de outras especialidades médicas? E os rendimentos financeiros são bons? Pois percebo que há pouco interesse dos estudantes em relação a essa área, assim acabo temendo pelo futuro profissional.
Resposta :
A infectologia foi uma das especialidades que mais progrediu em termos de status nos últimos anos. Anteriormente rotulada como especialidade que tratava somente de doenças raras e crônicas como esquistossomose , calazar e doença de chagas, com o aparecimento da AIDS e novas doenças como Influenza H1N1 evoluiu para um aumento significativo da clientela.
Além disso, desde a morte do presidente Tancredo Neves, vitima de infecção hospitalar, passou a ser exigido dos hospitais a criação das comissões de controle de infecção hospitalar com normas rígidas de funcionamento, abrindo um mercado interessante em termos de consultoria para os profissionais dessa especialidade.
O mercado ainda é carente de profissionais, tanto na área de consultórios como nas solicitações de pareceres em pacientes internados em aptos, enfermarias e unidades de tratamento intensivo.
Esse é o principal mercado em cidades grandes ( consultórios próprios que até independem de convênios porque lida com casos especiais, centros de saúde, pareceres em pacientes internados com infecções resistentes e consultoria na organização e acompanhamento de CCIHs )
No momento, a epidemia de Dengue em varias cidades tb estimula o mercado de infectologia.
Em cidades do norte do Brasil, o controle de doenças como febre amarela e malária tb é um mercado promissor para esses especialistas na área de saúde publica principalmente.
Pela AIDS, pelas novas doenças infecciosas que vão continuar aparecendo periodicamente, pelas CCIHs e pelo consequente aumento rápido da clientela, a DIP passou a ser uma das melhores especialidades do momento.
A infectologia evidentemente vai se beneficiar de indicações de outros especialistas, quando se pensa no exercício dessa especialidade em consultórios ou dando pareceres em hospitais, mas em relação a CCIHs, a especialidade fica um pouco mais independente e é ela quem vai ditar as normas.
Sucesso
Mário Novais