O The New England Journal of Medicine divulgou hoje um trabalho interessante a respeito do tratamento com radioterapia para o câncer de mama. Esse tratamento acaba expondo frequentemente o coração a alguma radiação ionizante acidentalmente. Não se sabe o risco subsequente de doença isquêmica coronariana e esse estudo vem buscar elucidar um pouco os efeitos dessa radiação no coração.
Foi realizado um estudo de base populacional caso-controle de eventos coronarianos maiores (sendo eles: infarto do miocárdio, revascularização coronária ou morte por doença cardíaca isquêmica) em 2168 mulheres submetidas à radioterapia para câncer de mama entre 1958 e 2001 na Suécia e Dinamarca. O estudo incluiu 963 mulheres com grandes eventos coronarianos e 1.205 controles. Informações individuais do paciente foram obtidas a partir de registros hospitalares. Para cada mulher, as doses médias de para todo o coração e para a artéria descendente anterior (coronária esquerda) foram estimados a partir de seu gráfico de radioterapia.
Eles concluíram que a exposição do coração à radiação ionizante durante a radioterapia para o câncer de mama aumenta a taxa subsequente de doença cardíaca isquêmica. O aumento é proporcional à dose média de radiação para o coração, começa dentro de poucos anos após a exposição, e continua durante pelo menos 20 anos. As mulheres com fatores de risco cardíaco preexistente tem maior risco absoluto à exposição do que outras mulheres.