A Amererj declarou contrária ao Provabs, serviço civil voluntário criado pelo Ministério da Saúde e Ministério da Educação, através de uma portaria interministerial.
A proposta do governo é fazer com que médicos recém-formados atuem por um ou dois anos em comunidades de difícil acesso e provimento ou de populações de maior vulnerabilidade, com supervisão virtual, em troca de bônus de 10% ou 20% no nota da prova de residência médica, dependendo do tempo de serviço prestado.Segundo a Presidente da Amererj, Rafaella Leal, o médico recém-formado não tem habilidade para lidar com doenças de uma cidade inteira, mesmo que pequena, pois em muitos casos ele será o único médico da localidade. Além disso, não existe garantia de condições decentes de trabalho. Outra preocupação é que o recém-formado será obrigado a atuar nas ESF (Estratégias de Saúde Familiar), mesmo “contra a vontade”, para só depois se especializar na área escolhida, já que a classificação na prova de residência depende, muitas vezes, de décimos .
Com a medida aprovada, o médico que já frequentou 6 anos do curso de graduação, se vê pressionado a trabalhar 2 anos antes de tentar a prova para iniciar a especialidade escolhida. Além de prorrogar o início da especialização, a medida acaba por forçar o médico a se distanciar de familiares (os quais terá pouco contato pelo difícil acesso dessas regiões e falta de meios de comunicação eficientes), além de dificultar a mudança para quem já é casado e tem filhos, já que em muitas dessas regiões não há hospitais, escolas de qualidade, meio de lazer ou segurança adequada. Todos os prejuízos que essa medida pode causar são inestimáveis para a vida do recém-formado. Além disso pode ser que o acréscimo de 20% na nota não compense o prejuízo na nota de 2 anos sem o tempo de estudo adequado e sem frequentar os cursos especializados em educação para residência médica.
Várias entidades médicas e escolas de medicina estão se posicionando contra o Provabs, que deve começar a valer para a seleção de novembro de 2012. Até lá espera-se que os profissionais de saúde consigam reverter essa decisão.
Fonte: CFM