Sars-Cov-2 tem a largura de um milésimo de um fio de cabelo humano e é considerado mais uma máquina molecular do que um organismo vivo. Modelo pode ajudar em estudos para a descoberta de tratamentos da Covid-19.
Um estúdio especializado em animações biomédicas criou o modelo mais preciso até o momento do Sars-Cov-2, o novo coroavírus, e lançou um vídeo que mostra as estruturas ampliadas do vírus que provoca a Covid-19
O Sars-Cov-2 é tão microscópico que chega a ser mil vezes mais fino que um fio de cabelo humano, segundo o vídeo. Ele é considerado mais uma máquina molecular do que um organismo vivo.
As legendas que acompanham as imagens explicam (em inglês) como o novo coronavírus ataca as células hospedeiras do corpo das vítimas, usando-as para se multiplicar e as eliminando em seguida, e como o organismo humano reage para se defender.
Reprodução em 3D do modelo do novo coronavírus (Sars-CoV-2) criada pela Visual Science. Dentro do verde mais claro, as bolinhas vermelhas representam o ‘centro’ do vírus, o genoma de RNA; as bolinhas verdes são proteínas ‘especiais’, que protegem esse material genético. Ao redor do verde, o cinza mais fraco é a ‘casca’, feita de uma membrana retirada da célula hospedeira. O vermelho mais vivo são as proteínas ‘matrizes’ codificadas pelo vírus. As ‘pontas’ que saem do vírus são as ‘lanças de proteínas’, que o vírus usa para se conectar às células hospedeiras e infectá-las. — Foto: Reprodução/Visual Science
No modelo, a parte verde mais claro representa o “centro” do vírus. Ali dentro, as bolinhas vermelhas são o material genético do vírus (RNA). As bolinhas verdes são proteínas ‘especiais’, que protegem esse material genético.
Reprodução em 3D do modelo criado pela Visual Science do novo coronavírus. O cinza mais fraco é a ‘casca’, feita de uma membrana retirada da célula hospedeira (invadida). — Foto: Reprodução/Visual Science
Ao redor do verde, o cinza mais fraco é a ‘casca’, feita de uma membrana retirada da célula hospedeira (invadida). O vermelho mais vivo são as proteínas ‘matrizes’ codificadas pelo vírus. As ‘pontas’ que saem do vírus são as ‘lanças de proteínas’, que o vírus usa para se conectar às células hospedeiras e infectá-las.
Assim, segundo a explicação do estúdio autor do modelo, a Visual Science, é enfatizada a natureza parasitária e não autônoma dos vírus. Isso porque o vírus invade a célula e faz com que ela mesma produza as proteínas dele. Isso, no fim, faz com que a célula hospedeira morra.
Resposta do sistema imune
Reprodução do modelo em 3D criado pela Visual Science para ilustrar a resposta do sistema imune à infecção pelo novo coronavírus. As bolinhas brancas ao redor do vírus representam anticorpos protetores contra o vírus, que impedem que ele se una às células hospedeiras e as invada, além de atrair células do sistema imune que destroem o vírus. — Foto: Reprodução/YouTube Visual Science
As bolinhas brancas ao redor do vírus representam anticorpos protetores contra a infecção. Eles impedem que o vírus se una às células hospedeiras e as invada, além de atrair células do sistema imune que destroem o vírus.
Modelos 3D
Modelo 3D do Sars-Cov-2, o novo coronavírus — Foto: Reprodução/Visual Science
Além de pesquisas científicas, os animadores se basearam em dados compartilhados por virologistas em um banco de dados mundial chamado Protein Data Bank. O estúdio Visual Science diz ter empregado as mesmas técnicas de bioinformática estrutural usadas nas pesquisas básicas e desenvolvimento de novas drogas.
A mesma empresa já desenvolveu antes modelos em 3D de outros vírus, como HIV, influenza A/H1N1, Ebola, papilloma e Zika, em um projeto sem fins lucrativos para auxiliar em estudos que possam ajudar na descoberta de tratamentos e da cura para as doenças que eles provocam.