A Ginecologia Obstetrícia é a formação que lida com as duas especialidades ao mesmo tempo. A Ginecologia é a especialização que, como o nome já diz, estuda o aparelho genital feminino. A Obstetrícia, por sua vez é a ciência que estuda a reprodução humana, ou seja, gestação, parto e puerpério, contemplando seus aspectos fisiológicos e patológicos.
É possível optar pela especialização em Ginecologia, Obstetrícia ou Ginecologia Obstetrícia. Nesse último caso, o especialista é responsável tanto pela rotina da mulher, como exames preventivos, quanto pela gestação e parto. O ginecologista obstétrico também lida com cirurgias e momentos mais complexos, como a retirada de um útero ou de uma mama.
A Ginecologia Obstetrícia é uma área bastante completa da medicina, pois pode estar presente em todos os níveis de atendimento, como por exemplo:
- ambulatorial
- hospitalar
- clínico
- cirúrgico
- laboratorial
Como surgiu a Ginecologia Obstetrícia
Desde os primeiros registros da história, o parto é feito por outras mulheres, de forma natural, em sua maioria feito por parteiras. O parto era algo a ser assistido e havia interferência apenas se houvesse alguma complicação.
No século XVI, na Europa, em especial na França, formou-se uma cooperação entre parteiras e médicos, com o entendimento de que o segundo esteja presente para garantir que o corpo da futura mãe continue funcionando normalmente. Nessa época, o parto ainda era compreendido como uma patologia, o que trazia medo às mulheres e acabou possibilitando aos homens o controle sobre os partos nos séculos seguintes.
O cenário só mudou em meados do século XIX. Nos Estados Unidos a população mais pobre era atendida por parteiras, que realizavam partos mais seguros e bem sucedidos do que os realizados por médicos em classes mais altas. Com isso, através de algumas pesquisas, a profissão passou a assumir que o parto era algo natural e normal, mesmo havendo possibilidades de incidentes.
Até o século XIX as duas profissões se confundiam e a Ginecologia só ganhou espaço após a Revolução Industrial.
No Brasil, a profissão só passou a existir em 1808 e apenas em 1930 a profissão passou a ser reconhecida como uma especialização. Em 1959, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia foi fundada em Belo Horizonte, para promover o aperfeiçoamento e fornecer o título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia.
O especialista em Ginecologia Obstetrícia e a sua rotina
O especialista em Ginecologia Obstetrícia deve ter algumas características que facilitem sua atuação. Assim como outras especializações, a área exige que o profissional tenha um contato mais próximo da paciente e saiba como reagir a diferentes situações. Veja algumas características desejáveis:
- gostar de contato com as pessoas
- gostar de conversar
- saber conduzir bem uma conversa
- conseguir se envolver com a história de suas pacientes
- saber trabalhar bem em equipe
Em seu dia a dia, o especialista em Ginecologia Obstetrícia deverá lidar com gestantes, com pacientes com problemas hormonais e patologias das mais diversas do corpo feminino. Deverá por em prática basicamente tudo o que foi visto na faculdade, sendo necessário ter em mente conhecimentos de anatomia, embriologia, técnica cirúrgica, farmacologia, psicologia, ética, entre outras.
No atendimento de gestante de rotina, utiliza materiais simples, como fita métrica, balança e aparelho de ultrassonografia. No atendimento ginecológico, diferentes tamanhos de espéculos e material para coleta de exame preventivo, por exemplo.
Mercado de trabalho, áreas de atuação e remuneração
A Ginecologia e a Obstetrícia são especialidades clínico-cirúrgicas, que constituem uma das quatro grandes áreas da medicina. Em 2018, de acordo com a Demografia Médica no Brasil, foi revelado que havia cerca de 30 mil ginecologistas obstétricos no país, o equivalente a 8% do total de médicos registrados. Neste mesmo ano, os recém-formados que optaram pela especialização, formavam 245 no total.
São diversas as opções do mercado de trabalho para o especialista em Ginecologia e a Obstetrícia, sendo possível ter uma rotina organizada e com boas condições de trabalho. É possível optar por atendimento de pré-natal e realização de partos, o que pode fazer com que a rotina não seja tão bem definida, tendo horários de trabalho menos previsíveis.
Quem decide realizar atendimento ambulatorial, por outro lado, terá horários bem definidos e raramente sairá da rotina, assim como aqueles que passam a realizar exames complementares em laboratórios.
Há também a possibilidade de realizar plantões, podendo chegar a até 36 horas seguidas. Apesar de não parecer, quem trabalha dessa forma consegue se organizar e limitar suas atividades para o período do plantão. Ainda é possível prestar um concurso público, abrir o próprio consultório ou atender o Sistema Básico de Saúde (SUS).
A remuneração do especialista em Ginecologia e a Obstetrícia varia de acordo com sua escolha de função. Plantonistas, por exemplo, podem receber cerca de R$ 900 por hora de plantão, fora o salário regular. Os valores também variam de acordo com o regime de contratação e com a região do país.
A Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia
A Residência em Ginecologia e a Obstetrícia tem duração mínima de três anos, com possibilidade de anos adicionais, dependendo da capacidade do serviço oferecido pelo programa.
O primeiro ano de Residência em Ginecologia e a Obstetrícia é voltado para a formação obstétrica, como pronto atendimento e pré-natal de baixo risco. No segundo ano, a especialização foca em Ginecologia, com atuação em ambulatórios especializados, por exemplo. No terceiro ano, o médico passa a estudar mais a área de gravidez de alto risco, visitar ambulatórios especializados em Obstetrícia, tendo treinamento em atendimento de pacientes graves e concluir o aprendizado básico em ultra-sonografia.
O residente deve ter em mente, no início da especialização, que a princípio seu trabalho será repetitivo e braçal. Conforme os anos forem passando, sua responsabilidade aumentará, até que esteja pronto para o mercado de trabalho.
A escolha do hospital para residência é parte fundamental do processo. Cada tipo de serviço tem suas próprias características e é importante que o residente se sinta confortável e se adapte ao local escolhido.
Para obter o título de médico especialista em Ginecologia e Obstetrícia, é preciso concluir a Residência Médica em uma das Instituições reconhecidas pelo Ministério da Saúde ou prestar o concurso oferecido pela Febrasgo.
Fonte:
https://www.sanarmed.com/ginecologia-e-obstetricia-melhores-residencias-duracao-concorrencia-salario-e-mais