Manual Básico de Psiquiatria
Psicopatologia 4: Alterações da Percepção do Tempo
Para os maníacos, ele está acelerado. Para os deprimidos, não passa nunca.
Está na hora de saber como o sofrimento psíquico pode alterar a percepção do tempo dos seus pacientes!
Manual Básico de Psiquiatria
Psicopatologia 4: Alterações da Percepção do Tempo
De modo geral, a passagem do tempo é percebida como lenta e vagarosa nos estados depressivos, e rápida e acelerada nos estados maníacos.
O ritmo psíquico também é oposto nesses dois transtornos: na mania, há taquipsiquismo geral, com aceleração de todas as funções psíquicas (pensamento, psicomotricidade, linguagem, etc.), e na depressão, ocorre bradipsiquismo, com lentificação de todas as funções mentais.
Ilusão sobre a duração do tempo
Ocorre, sobretudo, nas intoxicações por alucinógenos ou psicoestimulantes (cocaína, anfetamina, etc.), nas fases agudas e iniciais das psicoses e em situações emocionais especiais e intensas.
Atomização do tempo
A perda da experiência subjetiva do “fluir” temporal ocorre nos estados de exaltação e agitação maníaca. O tempo parece uma sucessão de pontos presentes que não se articulam entre si, e o indivíduo experimenta adesão a momentos quase descontínuos. Esse estado geralmente é acompanhado da chamada “fuga de ideias” e de distraibilidade intensa.
Inibição da sensação de fluir do tempo
Corresponde à falta da sensação do avançar subjetivo do tempo. Há perda da sincronia entre o passar do tempo objetivo, cronológico, e o fluir de seu tempo interno.
Ocorre em síndromes depressivas graves. O paciente pode dizer que “o tempo encolheu”, ou que “não passa”, ou que está passando muito mais devagar que o normal.
Alguns pacientes esquizofrênicos podem sentir que sua percepção do tempo é controlada por forças externas, ou sofrerem uma verdadeira desintegração da sensação do tempo e do espaço.
Pacientes muito ansiosos descrevem uma pressão do tempo, como se nunca fossem “dar conta” de fazer o que (sentem que) devem.
Pacientes obssesivo-compulsivos graves ocasionalmente experimentam uma enorme lentificação de todas as atividades, sobretudo quando devem completar alguma tarefa.
Na próxima parte do Manual Básico de Psiquiatria, vamos falar das Alterações Patológicas da Memória. Até lá!
Adaptado de:
Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia dos transtornos mentais. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Leia mais:
Manual Básico de Psiquiatria. Introdução: as Funções Psíquicas Elementares
Manual Básico de Psiquiatria. Psicopatologia – Parte 1: Alterações da Consciência
Manual Básico de Psiquiatria. Psicopatologia – Parte 2: Alterações da Atenção
Manual Básico de Psiquiatria. Psicopatologia – Parte 3: Alterações da Orientação
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