Pergunta : Renzo ( Faculdade de Medicina do ABC ) |
Dr., boa noite. Tenho 2 perguntas, e fique à vontade para compartilhar no site, caso queira, pois acho que pode ser de interesse de muitos. A primeira diz respeito ao mercado de trabalho: tenho lido bastante coisa no sentido de que a medicina já não é tão boa quanto era, que as remunerações estão piores, que tem muito médico no mercado, e que ainda entrarão no mercado os que se formaram e se formarão nas inúmeras faculdades que foram abertas nos últimos anos, muitas de qualidade duvidosa, enfim, uma conjuntura que resultaria em um mercado saturado, muita oferta de profissionais e baixos rendimentos, indo para o caminho das engenharias, do direito, dentre outras áreas. O sr., que está no mercado, vê dessa forma também? Acredita que em 10, 15, 20 anos a coisa tende a piorar? Compensa entrar na medicina hoje? A segunda pergunta diz respeito à especialidade da genética médica: como está o mercado, é fácil encontrar emprego? Quanto é a remuneração dessa especialidade? Quais os melhores serviços de residência? Um abraço, e obrigado! Resposta : Não deve haver a menor preocupação em relação a uma possível saturação do mercado médico. Embora o Brasil já tenha uma relação de 2 médicos para cada 1.000 habitantes e o mínimo recomendado seja de 1 médico para cada 1.000 hab, os países mais desenvolvidos apresentam uma relação de 4 ou 5 médicos por 1.000 habitantes. Assim ainda temos muito espaço para crescermos numericamente na profissão médica. Além disso, o envelhecimento da população com o aumento da expectativa de vida mostra uma tendência clara de aumento do mercado médico. Com o progresso na área de comunicação (internet, redes sociais…) a população vai adquirindo mais conhecimentos na área de saúde e valorizando mais a procura por serviços de saúde preventivos. É o que acontece com a mamografia, com a colonoscopia, com exame prostático e com a prevenção do Ca de pele. O que a classe médica deve estar preparada é para uma mudança no perfil atual do médico, com o maior uso da tecnologia e com uma medicina mais voltada para a prevenção. O médico do futuro vai ser menos “Semi Deus “ e vai ter que aprender a lidar com pacientes mais conhecedores das patologias, pelo acesso fácil da população às informações técnicas. Sucesso Mário Novais |