Medidas gerais: A maioria das causas de vômitos agudos é leve, autolimitada e não requer tratamento específico. Os pacientes devem ingerir líquidos claros (caldos, chá, sopas, bebidas carbonatadas) e pequenas quantidades de alimentos secos. O gengibre pode ser um tratamento não farmacológico eficaz. Para vômitos agudos mais graves, a hospitalização pode ser necessária. Pacientes incapazes de comer e que estão perdendo fluidos gástricos podem ficar desidratados, resultando em hipocalemia com alcalose metabólica. Solução salina a 0,45% com 20 mEq / L de cloreto de potássio é administrada na maioria dos casos para manter a hidratação. Um tubo de sucção nasogástrico melhora o conforto do paciente e permite o monitoramento da perda de líquidos.
Medicamentos Antieméticos: Os medicamentos podem ser administrados para prevenir ou controlar o vômito. Combinações de drogas de diferentes classes podem fornecer melhor controle dos sintomas com menos toxicidade em alguns pacientes.
1- Antagonistas dos receptores 5-HT3 da serotonina: Ondansetron, granisetron, dolasetron e palonosetron são eficazes na prevenção da êmese induzida por quimioterapia e radiação, quando iniciadas antes do tratamento. Devido ao seu prolongado tempo de meia-vida e internalização do receptor 5-HT3, o palonosetron é superior a outros antagonistas dos receptores 5-HT3 para a prevenção de êmese induzida por quimioterapia aguda e tardia de regimes quimioterápicos moderadamente ou altamente emetogênicos. Embora os antagonistas dos receptores 5-HT3 sejam eficazes como agentes únicos para a prevenção de náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia, a sua eficácia é aumentada pela terapia de combinação com um corticosteróide (dexametasona) e um antagonista do receptor NK1. Os antagonistas da serotonina são cada vez mais utilizados para a prevenção de náuseas e vômitos no pós-operatório, devido ao aumento das restrições ao uso de outros agentes antieméticos (como o droperidol). 2- Corticosteróides: Os corticosteróides (por exemplo, dexametasona) têm propriedades antieméticas, mas a base para esses efeitos é desconhecida. Esses agentes aumentam a eficácia dos antagonistas dos receptores de serotonina na prevenção de náuseas e vômitos agudos e tardios em pacientes que recebem esquemas de quimioterapia moderadamente a altamente emetogênicos.
3- Antagonistas dos receptores da neurocinina: Aprepitant, fosaprepitant e rolapitant são antagonistas altamente seletivos para os receptores NK1 na área postrema. Eles são usados em combinação com corticosteróides e antagonistas da serotonina para a prevenção de náuseas e vômitos agudos e tardios com regimes quimioterápicos altamente emetogênicos. O netupitant é outro antagonista oral do receptor NK1 que é administrado em uma combinação de dose fixa com palonosetrona. A terapia combinada com um antagonista do receptor da neuroquinina-1 previne a êmese aguda em 80 a 90% e retarda a emese em mais de 70% dos pacientes tratados com regimes altamente emetogênicos. 4- Antagonistas da dopamina: As fenotiazinas, butirofenonas e benzamidas substituídas (por exemplo, proclorperazina, prometazina) têm propriedades antieméticas devidas ao bloqueio dopaminérgico, bem como aos seus efeitos sedativos. Altas doses desses agentes estão associadas a efeitos colaterais antidopaminérgicos, incluindo reações extrapiramidais e depressão. Com o advento de antieméticos mais eficazes e seguros, esses agentes são pouco usados, principalmente em pacientes ambulatoriais com sintomas menores e autolimitados. O agente antipsicótico atípico olanzapina tem potentes propriedades antieméticas que podem ser mediadas pelo bloqueio dos neurotransmissores de dopamina e serotonina. Em um estudo randomizado controlado de fase 3 em que pacientes que receberam quimioterapia altamente emetogênica já estavam recebendo dexametasona, um antagonista do receptor NK1 e um antagonista de 5-HT3, a olanzapina foi superior ao placebo na prevenção de náuseas agudas e tardias.
5- Anti-histamínicos e anticolinérgicos: Essas drogas (por exemplo, meclizina, dimenidrinato, escopolamina transdérmica) podem ser valiosas na prevenção de vômitos decorrentes da estimulação do labirinto, ou seja, enjôo, vertigem e enxaquecas. Eles podem induzir sonolência. Uma combinação oral de vitamina B6 e doxilamina é recomendada pelo Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas como terapia de primeira linha para náuseas e vômitos durante a gravidez. 6- Canabinóides : A maconha tem sido usada amplamente como estimulante do apetite e antiemético. O Delta9-tetrahidrocanabinol (THC) puro é o principal ingrediente ativo na maconha e o mais psicoativo e está disponível por prescrição como dronabinol. Em doses de 5-15 mg / m2, o dronabinol oral é eficaz no tratamento de náusea associada à quimioterapia, mas está associado a efeitos colaterais do sistema nervoso central na maioria dos pacientes. Alguns estados permitem o uso de maconha medicinal com a certificação de um clínico. Cepas de maconha medicinal com diferentes proporções de vários canabinóides naturais (principalmente THC e Cannabidiol [CBD]) podem ser escolhidas para minimizar seus efeitos psicoativos.
6- Canabonóides: A maconha tem sido usada amplamente como estimulante do apetite e antiemético. O Delta9-tetrahidrocanabinol (THC) puro é o principal ingrediente ativo na maconha e o mais psicoativo, estando disponível para prescrição como dronabinol. Em doses de 5-15mg/m2, o dronabinol oral é eficaz no tratamento de náusea associada à quimioterapia, mas está associado a efeitos colaterais no SNC na maioria dos pacientes. Alguns estados americanos permitem o uso da maconha medicinal com a certificação de um clínico. Cepas de maconha medicinal com diferentes proporções de vários canabinóides naturais, principalmente THC e Cannabidiol, podem ser escolhidas para minimizar seus efeitos psicoativos.
Fonte:
Current Medical Diagnosis & Treatment – 2019, Lange
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Março 22, 2023