Este é sem dúvida um dos temas mais confusos do ciclo básico. A intenção deste artigo não é discorrer de forma completa sobre o tema, mas trazer algumas dicas e recordações para aqueles que já conhecem o assunto.
A primeira dica é que dentro da cascata de coagulação TODOS os fatores envolvidos possuem nome e codinome (Fator I, II, III…). Isso pode até ser meio óbvio, mas como nunca me foi ensinado isso no meu ciclo básico, quando tive farmacologia na faculdade eu ficava muito confuso pois eu não sabia que fator II e protrombina eram sinônimos, por exemplo.
Aqui está onde começa a confusão. Existem dois sistemas de nomenclatura para os fatores e eles são usados de forma simultânea de forma desorganizada. Sublinhamos os termos mais usados quando o assunto é abordado.
Segunda dica: a letra a indica a forma ativada do fator. Exemplo: fator Ia é a mesma coisa que fibrina (forma ativada do fibrinogênio).
A terceira dica diz que a fibrina (fator Ia) é o ator principal da coagulação (é ela que forma a rede de sustentação dos elementos que compõe o trombo), a trombina (fator IIa) é o ator coadjuvante (pois ativa o “ator principal”) e os outros fatores são os figurantes da nossa peça.
Quarta dica: a coagulação é divida em vias intrínseca e extrínseca. Ambas levam a formação da protrombinase (complexo Va + Xa). A diferença é que a extrínseca decorre do trauma vascular e a via intrínseca se inicia no próprio sangue. Essas vias não são excludentes entre si, mas sim interagem com alguns fatores da via comum.
A sexta dica é sobre os testes de coagulação, o TAP (PT em inglês) e o TTPa (PTT em inglês). Ambos avaliam a via comum, mas o TAP avalia também a via extrínseca, enquanto o TTPa avalia a intrínseca.
Agora é só decorar a cascata!
Fonte: Hall JE. Guyton and Hall Textbook of Medical Physiology. 13thition. ed. Philadelphia, PA: Elsevier; 2016;2015;.
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Março 22, 2023