A prevenção nutricional da deteriorização óssea através de alimentos fortificados parece particularmente adequado em mulheres idosas institucionalizadas com risco de deficiência de vitamina D, hiperparatireoidismo secundário, aumento da reabsorção óssea e de fratura osteoporótica.
O objetivo desse estudo foi avaliar se a fortificação de iorgurtes com vitamina D e cálcio consegue exercer uma redução adicional dos níveis séricos de paratormônio (PTH) e nos marcadores de reabsorção óssea (MRO), comparando com produtos lácteos iso-calóricos e iso-proteicos em mulheres idosas.
Foi feito um estudo controlado, randomizado, duplo-cego, em uma intervenção de 56 dias, em mulheres institucionalizadas (idade média de 85,5 anos). Foram divididos grupos que consumiram duas porções de 125g de iogurte fortificado (IF), contendo contendo 10μg vitamin D3/d e 800mg/d de cálcio, e outro consumindo um iorgurte controle (IC) não fortificado, que fornecia cerca de 280mg/d de cálcio.
Os principais resultados foram que os níveis de 25 hidroxivitamina D3 aumentaram 25.3±1.8 vs. 5.2±2.5 nmol/L e nos níveis séricos de PTH foram −28.6±7.2 vs. −8.0±4.3%, nos grupos IF (n-29) e IC (n=27), respectivamente. Os marcadores de reabsorção óssea também reduziram mais nos pacientes que receberam IF em relação aos que receberam IC (TRAP5b −21.9±4.3 vs. 3.0±3.2%, CTX −11.0±9.7 vs. −3.0±4.1%). No D28, esses resultados foram menos pronunciados, mas já foram significantes para os níveis de 25(OH)D, PTH e TRAP5b.
Diante desses resultados o estudo pode concluir que em idosos institucionalizados, com alto risco de fratura osteoporótica, a fortificação de produtos lácteos, com a vitamina D3 e cálcio proporciona um reforço da prevenção da reabsorção óssea acelerada em comparação com os alimentos equivalentes não fortificados.