Pergunta : Ivan ( Universidade Estadual de Londrina )
Olá, Dr Mário Novaes!
Primeiramente o parabenizo pela iniciativa do site, pois ele apresenta conteúdos muito relevantes e certamente tem ajudado muitos estudantes e médicos já formados na escolha da carreira.
Terminarei a graduação em duas semanas e, por ainda não ter plena certeza de qual especialização seguir, optei por trabalhar um ano e refletir a respeito para então prestar provas no ano que vem.
Eu gosto de procedimentos e de lidar com pacientes. Como já tenho uma formação prévia na área de ciências exatas, com bastante ênfase em física das radiações, radiobiologia e processamento de sinais, tenho pensado em radiologia intervencionista, pois poderia aliar meu conhecimento prévio em física a essa minha nova área e também por ter mais contato com o paciente, quando comparada à radiologia puramente diagnóstica. Já sei que para isso devo realizar 3 anos em radiologia seguidos por mais dois anos em radiologia intervencionista. Ocorre que nesse processo terei que me manter financeiramente, pois já sou casado. Penso que após os 3 anos de radiologia, por já ter uma especialidade, terei já oportunidades para trabalhar como radiologista nos horários vagos da residência de intervenção. Além disso, não posso descartar a possibilidade de que, por algum infortúnio, tenha que desistir da intervenção e que atuar como radiologista não intervencionista findado os 3 anos de residência.
Contudo, há algumas previsões não muito auspiciosas para a radiologia. Há quem diga que com a inteligência artificial a área desaparecerá em poucos anos. Seria isso muito pessimismo ou é uma realidade? Outra situação que me traz dúvida e receio é o fato de muitos clínicos e cirurgiões ignorarem os laudos do radiologista, muitas vezes preferem eles mesmos analisarem as imagens, de modo a parecer que o laudo é dispensável.
Gostaria também de saber se é possível a um radiologista viver só de intervenção ou se a essa atuação terá que aliar a radiologia tradicional em seu dia a dia para complementar a renda.
Obrigado, Dr Mário!
Resposta :
A reflexão antes de tomar uma decisão a respeito da especialidade é muito importante, pois significa pelo menos mais 40 anos de atividade profissional e vc precisa estar feliz e confortável com a sua especialidade.
Talvez vc já devesse ter feito essa reflexão algum tempo atrás para não perder mais tempo agora, mas de qq modo “bola pra frente “.
Pela sua trajetória nas ciências exatas, áreas como radiologia, medicina nuclear ou radioterapia seriam áreas onde vc vai se sentir confortável e vai aproveitar alguns conhecimentos anteriores.
Se optar pela radiologia , deve deixar a decisão de partir para a radiologia intervencionista para quando estiver terminando a residência de radio, porque naquela ocasião vai estar mais maduro dentro da radiologia e poderá verificar se a intervencionista realmente te atrairá.
A telemedicina, já usada na radiologia, tende a se expandir( principalmente num País de extensão territorial muito grande como o nosso), abrindo ainda mais o mercado para radiologistas.
O fato de clínicos e cirurgiões não darem muita importância aos laudos dos radiologistas, não prejudica o mercado porque os planos de saúde exigem laudos para fazerem pagamento dos exames de imagem realizados.
Viver somente de radiologia intervencionista, no momento, ainda é inviável mesmo em grandes centros.
Sucesso
Mario Novais
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