As diferentes prevalências de demência entre populações variadas tem atraído atenção recente da comunidade científica. Negros de idade mais avançada são mais acometidos pela doença de Alzheimer e outras demências além de poderem apresentar uma queda acentuada das funções cognitivas, quando comparados com outros idosos. Estudos anteriores mostraram que a genética provavelmente não explica de forma completa o maior risco de demência entre negros idosos, sugerindo portanto que outros fatores estejam envolvidos. Este estudo buscou determinar se é real a maior incidência de demência entre negros quando comparados com idosos brancos e os possíveis fatores de risco.
O estudo consistiu numa coorte na qual participaram 2457 idosos, sendo 41% deles negros (n = 1019) e 50,2% de mulheres (n = 1233), de idade mediana de 73,6 anos. Todos eles eram livres de demência no início da pesquisa e o seguimento foi de 12 anos.
Os resultados foram concordantes com os estudos anteriores e registros epidemiológicos, ou seja, os negros foram mais acometidos por demências do que os brancos. Após ajustes relacionados a demografia, apolipoprtoeína E e3, estilo de vida e comorbidades, o risco de demêncai foi menor, mas ainda assim 40% maior. Quando foram computadas as diferenças socioeconômicas, os riscos de demência nas duas populações foi semelhante. Isto sugere que as diferenças sociais são os principais fatores que levam os negros a serem mais acometidos por demências.
Esta pesquisa reforça a idéia de que democratizar a educação trará grande impacto não só nos índices educacionais como também melhorar a saúde da população e reduzir gasto em saúde pública. E vocês? O que fariam para mudar a saúde e a educação do Brasil ao mesmo tempo?
Yan Carvalho.