Na prática clínica, infertilidade é definida quando um casal não consegue engravidar após um ano de tentativas. Quando a mulher tiver mais de 35 anos de idade, esse limiar é reduzido para seis meses.
A taxa mensal média de concepção (também chamada de fecundidade) da população normal fértil é de 20%. Isso significa que para cada mês que o casal tentar engravidar, a chance de sucesso é de apenas 1 em 5. Isso significa que muitos casais frustrados não necessariamente são inférteis, por isso a definição acima afasta possíveis “falso-positivos” para infertilidade. Entretanto, é importante notar que a fecundidade diminuiu com o tempo, sendo de 11% no segundo ano, 8% no terceiro e 4% no quinto ano de tentativa. A idade da parceira é o principal fator relacionado à infertilidade, e as principais causas desta condição são distúrbios da ovulação, fatores relacionados ao homem, distúrbios tubários e endometriose, nesta ordem. Mais ainda, em até um quinto dos casos a infertilidade não possui causa aparente. O enfoque aqui será nos transtornos relacionados à mulher, por constituírem a maior parte dos casos.
Na anamnese, é essencial colher a história menstrual da mulher, afim de se definir se há ou não ciclos definidos. Em casos de oligomenorréia (ciclos maiores que 35 dias) ou amenorréia devem ser tratados com indutores de ovulação sem necessitar de outra investigação. Caso os ciclos sejam normais, deve se quantificar a progesterona sérica no meio da fase lútea. Níveis de pelo menos 10ng/mL indicam uma função lútea normal.
Enquanto esta investigação é feita na mulher, para o sêmen do parceiro deve ser analisado. O paciente não deve ejacular por 2-3 dias e após este período colhe-se o material. Geralmente isto é feito no próprio laboratório de análise, já que a mobilidade dos espermatozóides (sptz) diminuiu após 2 horas. Os parâmetros analisados são volume de esperma, concentração de sptz, número de sptz, mobilidade total e progressiva dos sptz e morfologia dos sptz.
E como determinar com precisão qual o dia da ovulação? Simples. No dia anterior a liberação do óvulo, ocorre um pico do LH sérico, que pode ser detectado por testes de urina disponíveis em farmácias. A melhor amostra a ser usada é a urina obtida durante a tarde ou noite, e não a primeira micção pela manhã.
Fonte: Lentz GM. Comprehensive Gynecology. 6th;6; ed. Philadelphia, PA: Elsevier Mosby; 2012.
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