
O artigo “Cost evaluation of acute ischemic stroke in Latin America: a multicentric study”, publicado na The Lancet Regional Health – Americas em janeiro de 2025, aponta que o custo médio do tratamento do AVC isquêmico agudo na América Latina é de US$ 12,2 mil por paciente, chegando a US$ 27,4 mil no Brasil.
A pesquisa, liderada por Ana Cláudia de Souza, analisou 1.106 pacientes em oito países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Peru e Uruguai), considerando custos hospitalares, exames, procedimentos e tratamentos como trombólise endovenosa e trombectomia mecânica. Os principais fatores de custo foram a estrutura hospitalar, uso de UTI e setor de angiografia, além da duração da internação.
O estudo destaca a crescente incidência de AVC, principalmente em jovens e países de baixa e média renda, prevendo um aumento de 50% nas mortes até 2035, com custos globais saltando de US$ 891 bilhões para US$ 2,31 trilhões anuais. No Brasil, o AVC é a principal causa de morte e incapacidade, com 109.560 óbitos em 2023.
A neurologista Ana Cláudia aponta fatores de risco como tabagismo (incluindo vapes), alimentação ultraprocessada e sedentarismo, e defende investimentos em prevenção e campanhas de conscientização para reduzir casos e custos. O artigo ressalta desigualdades no acesso ao tratamento e a necessidade de padronizar protocolos, melhorar a infraestrutura hospitalar e otimizar a alocação de recursos, com maior diálogo entre governos, gestores de saúde e empresas.