A ablação cardíaca consiste na intervenção invasiva para tratamento das arritmias cardíacas. Minimamente invasivo, esse procedimento é importante no diagnóstico e tratamento de arritmias supraventriculares e ventriculares. Possui indicações precisas e é realizado por médico cardiologista especializado em eletrofisiologia, em ambiente de centro cirúrgico e com o paciente sedado.
A ablação cardíaca por radiofrequência é um procedimento e preciso para muitas arritmias. Ela é capaz de diagnosticar, mapear e tratar focos de arritmias como a Síndrome de Wolff Parkinson White e as taquicardias supraventriculares por reentrada nodal, por exemplo. Outra arritmia tratada com a ablação cardíaca é a fibrilação atrial, campo que vem ganhando muito espaço na cardiologia devido aos avanços tecnológicos e científicos na área.
A fibrilação atrial é a cardiopatia de maior incidência na população brasileira acima dos 60 anos. Entretanto, pessoas mais jovens podem ser acometidas pela fibrilação atrial e, em muitas vezes, esses pacientes se beneficiam da ablação cardíaca como método de tratamento.
Saiba a seguir mais sobre a metodologia e demais considerações acerca do tratamento com informações cedidas pelo cardiologista, Dr. Henrique Grinberg.
Quando a ablação cardíaca é indicada?
Cada caso é um caso, existem diversas indicações para diversos tipos de arritmia. Contudo, uma das indicações para a realização da ablação cardíaca é quando a arritmia se torna refratária ao uso das drogas (medicamentos) antiarrítmicas. Existem pacientes com arritmias que por determinadas variáveis não são bons candidatos à ablação, por outro lado, pacientes com a síndrome de Wolf Parkinson White devem ser tratados com ablação cardíaca na maioria das vezes.
Em pacientes diagnosticados com arritmias cardíacas congênitas a indicação da ablação cardíaca pode ser logo após ao nascimento, em especial, bebês que possam apresentar complicações para o bom funcionamento do coração e seu desenvolvimento.
Desta forma, é importante que o paciente tenha acompanhamento junto ao cardiologista, para que o melhor protocolo de tratamento seja indicado e, caso a ablação seja contemplada, que ela resulte em um melhor prognóstico e em mais qualidade de vida.
Tipos de ablação cardíaca
A medicina oferta dois tipos distintos de cirurgia de ablação: a por radiofrequência e a crioablação. A indicação de uma metodologia ou outra cabe ao cardiologista especialista no tratamento de arritmias e com base no quadro clínico do paciente.
Ambos os métodos são feitos através da punção das veias localizadas na virilha, com inserção dos cateteres específicos que atingem o coração. A diferença entre elas é que a ablação por radiofrequência cauteriza com calor os focos ou feixes de arritmia. Já a crioablação, realizada desde 2015 no Brasil, congela esses focos e feixes com uma temperatura de 50 graus Celsius negativos.
Submeter-se a uma ablação é perigoso?
Como já mencionado, a ablação cardíaca é um procedimento minimamente invasivo, no entanto, não é isento de riscos (<1% de complicação). As complicações mais frequentes são:
- Hematoma do sítio de punção;
- Fístula arteriovenosa;
- Pseudoaneurisma;
- Tromboembolismo venoso;
- Flebite;
- Arritmias graves;
- Aquecimento do esôfago (importante na ablação da fibrilação atrial).
Como é a recuperação após a cirurgia de ablação do coração?
O tempo de internação após a ablação cardíaca é em média 48 horas, caso não haja intercorrências. Cuidados com o sítio de punção são importantes para minimizar risco de complicação vascular. O uso de medicamentos específicos é importante na redução do risco de recorrência da arritmia, na prevenção de fenômenos tromboembólicos, na proteção do esôfago, etc.
Muitos hospitais têm como rotina realizar endoscopia no dia seguinte ao procedimento, principalmente nos casos de ablação da fibrilação atrial devido ao aquecimento esofágico e risco de queimadura da sua mucosa. O afastamento das atividades diárias é inferior a sete dias.
Texto retirado de:
https://www.drhenriquegrinberg.com.br/o-que-e-ablacao-cardiaca/