Ao longo da residência em Infectologia o médico aprende sobre a fisiopatologia das mais variadas doenças como sarampo, leptospirose, coqueluche e esquistossomose e sobre os mais variados métodos diagnósticos e tratamentos.
Segundo o demografia Brasil 2020, a área é formada em sua maioria por mulheres. Elas compõem 57,5% do quadro de profissionais brasileiros.
Além disso, está entre as 30 especialidades com o maior número de especialistas, ocupando a posição 24.
Para saber mais sobre esta especialidade, acompanhe este texto que fala sobre a rotina do residente em infectologia, as áreas de atuação, o mercado de trabalho e o perfil do profissional.
O que é a residência em Infectologia?
A residência em Infectologia é responsável pela formação de profissionais que estudam as doenças causadas por patógenos como bactérias, fungos, protozoários e vírus. Ela é de acesso direto e possui três anos de duração.
Ao final desse processo, o profissional passa a ser capaz de realizar o diagnóstico e a prevenção de doenças transmitidas por agentes biológicos específicos. Além de estar habilitado a prescrever o tratamento e a reabilitação dos pacientes.
O apelo social da Infectologia é muito grande, uma vez que muitas das afecções estão relacionadas às condições socioeconômicas da população.
Por isso, além de conhecer a fisiopatologia da doença e do paciente, o infectologista também necessita conhecer o ambiente que o cerca.
A resolução de 2006 da Comissão Nacional de Residência Médica determina uma infra-estrutura mínima para conceder a formação nesta área.
Assim, é indicado que as instituições tenham pelo menos: laboratório de análises clínicas com microbiologia e imunologia, serviço de Patologia, preferencialmente com necropsia e setor de diagnóstico por imagem.
Além disso, ela dita que deve fazer parte da rotina do residente, ao longo dos três anos, as unidades de internação, ambulatórios, urgência e emergência, interconsultas e leitos do dia.
E ainda, no último ano deve aprender sobre a racionalização e controle de antimicrobianos, consultoria à assistência de pacientes internados e controle e prevenção de infecções hospitalares.
No terceiro ano da residência em infectologia o médico também deve passar por laboratórios especializados como o de hepatites virais, Infecções Sexualmente Transmissíveis, tuberculose e pacientes imunocomprometidos.
Os estágios opcionais e as atividades teóricas como os clubes de revistas também fazem parte da rotina do residente nesta área.
Quais as áreas de atuação de um médico Infectologista?
Na Infectologia é possível que o médico se aprofunde em temas específicos como infecções hospitalares ou em transplantados, epidemiologia, hepatites e diagnóstico laboratorial.
Eles podem atuar também em Comissões de Infecção Hospitalar e nas imunizações, como na medicina de viagem, responsável por determinar as vacinas e a profilaxia de acordo com o destino do viajante.
Por causa da sua formação clínica, o infectologista também pode atuar como médico generalista, sobretudo em serviços ambulatoriais.
Medicina tropical
Aqui são estudadas as doenças infecto-parasitárias que possuem uma maior incidência nos trópicos, como: hanseníase, doença de chagas, raiva, cisticercose e as helmintíases.
Assim como a medicina de viagem, ela faz parte da Infectologia Ambulatorial, que é a mais buscada pelos profissionais. Sendo essa área menos complexa e possuindo uma alta demanda de pacientes.
A rotatividade deles é alta, pois a maioria das infecções diagnosticadas possuem um tratamento simples.
Assim, as doenças mais comuns atendidas, diagnosticadas e tratadas pelo médico são as hepatites virais, as IST’s, o HIV e as infecções em geral.
Infectologia hospitalar
Aqui os pacientes atendidos já estão na fase aguda ou com um quadro mais grave de uma doença que não foi possível controlar no atendimento ambulatorial.
O infectologista lida com as internações, além do tratamento. O atendimento humanizado deve estar ainda mais presente para quem escolhe essa área de atuação.
Controle de infecção hospitalar
Qualquer hospital ou clínica que possua uma ala de internação deve ter uma área de controle de infecção hospitalar.
O infectologista que atua nesta área está diretamente ligado às comissões que cuidam da qualidade dos atendimentos e da segurança dos pacientes.
Dessa maneira, ele é responsável por fazer a análise periódica do perfil dos microrganismos existente no serviço de saúde, a fim de evitar e prevenir possíveis surtos.
Além disso, o médico deve sempre coordenar e orientar modificações no atendimento hospitalar, sempre buscando prevenir a disseminação das infecções.
Interconsultas em Infectologia
Existe uma alta demanda também pelas interconsultas. Isso porque, independentemente dos motivos que levaram o paciente a buscar um atendimento, ele pode contrair alguma infecção.
Sendo assim, médicos especialistas de outras áreas podem pedir ajuda para a interpretação de um exame ou para o diagnóstico e tratamento da doença infecciosa, por exemplo.
Infectologia em saúde pública
O profissional que opta por essa área de atuação lida com aspectos epidemiológicos de toda uma população.
Por isso, estuda as características, as formas de transmissão do patógeno e as maneiras de prevenção dos surtos.
Hansenologia
O especialista estuda somente a hanseníase. Ele se aprofunda no conhecimento sobre a doença: tratamento, diagnóstico e prevenção.
Mercado de trabalho e quanto ganha um infectologista?
O mercado de trabalho para quem fez a residência em Infectologia é bastante amplo, oferecendo muitas oportunidades.
Assim o profissional pode trabalhar em hospitais públicos, particulares e em laboratórios, realizando ações para prevenir, diagnosticar, tratar e controlar as doenças infecto-parasitárias.
A média salarial de um infectologista é de R$ 7.436,35 por uma jornada de 25 horas semanais. Isso de acordo com o site salário, que se baseia nos dados do novo CAGED, eSocial e Empregador Web.
A faixa salarial fica entre R$ 6.891,72 e o teto pode chegar a R$ 15.443,78. Para mais, os especialistas desta área estão concentrados no Sudeste, com 57,3% de um total 4.096 profissionais.
O Nordeste aparece em segundo lugar, concentrando 16,7% dos infectologistas. Tudo isso conforme o demografia 2020.
Qual o perfil do profissional médico Infectologista?
O infectologista precisa ter um conhecimento muito diversificado, já que a especialidade exige isso, que passa dentre outras, pela clínica médica, imunologia, cirurgia, epidemiologia e pediatria.
Além de ser um exímio conhecedor das ciências médicas, ele também precisa de um amplo conhecimento em biologia e microbiologia. Isso porque a área exige que o profissional tenha contato com os hospitais.
O médico que fez a residência em Infectologia precisa também saber utilizar as mais diversas técnicas diagnósticas e ser um profundo conhecedor dos tratamentos das infecções (antifúngico, antiviral, antibiótico), para fazer a escolha certa.
Sendo assim, ele é conhecido por ser referência dentro da instituição onde trabalha e por ser líder da sua equipe.
Por isso deve prestar um atendimento humanizado aos seus pacientes, deve ser capaz executar as ações de vigilância em saúde e atuar nos diferentes níveis de complexidade prevenindo, detectando e controlando as doenças infecciosas e parasitárias.
Ademais, como a própria especialidade pede, o médico precisa considerar o contexto sociodemográfico e institucional em que o paciente está inserido.