A estenose de artéria renal, presente em 1% a 5% da população hipertensa, frequentemente ocorre em conjunto com doenças das artérias periféricas ou coronárias. Resultados de um rastreio populacional sugerem que a prevalência em indivíduos acima de 65 anos pode ser de até 7%. A estenose de artéria renal pode ser resultado da hipertensão, nefropatia isquêmica ou diversas outras complicações crônicas.
Estudos sem controle realizados nos anos 90 sugeriram que a angioplastia de artéria renal ou colocação de stent resultaram em reduções significativas da pressão sistólica e estabilizaram a doença renal crônica. Consequentemente, houve um aumento descontrolado na frequência de pacientes submetidos a colocação de stent nos EUA: o número anual deste procedimento aumentou em 364% entre 1996 e 2000. Entretanto, três estudos randomizados sobre angioplastia renal não mostraram benefício algum no controle da pressão arterial. Em seguida, dois estudos randomizados sobre colocação de stent não mostraram benefício sobre a função renal.
Dada a prevalência da estenose ateroesclerótica de artéria renal, esta condição é um serio problema de saúde pública. Se a colocação de stent previne a progressão da doença renal crônica e reduz a pressão sanguínea, o procedimento então tem potencial de prevenir consequências graves à saúde, incluindo eventos renais e cardiovasculares. Em contrapartida, se o procedimento não provê estes benefícios, é provável que traga um custo importante sem beneficiar os sistemas de saúde. Portanto, foi feito um trial clínico randomizado de forma a determinar os efeitos da colocação de stent em artéria renal sobre as incidências de eventos cardiovasculares e renais.
Fonte: Stenting and Medical Therapy for Atherosclerotic Renal-Artery Stenosis. Cooper et al.. NEJM.