Pergunta: Daniel Marinho ( Universidade Federal do Maranhão )
Olá Dr Mario! Muito obrigado pela atenção. Quero anestesiologia, mas ainda tenho algumas dúvidas sobre a especialidade. A qualidade de vida é realmente ruim? Os ganhos financeiros são bons? Tem limite para os ganhos financeiros? Por exemplo, se sou clinico posso ir aumentando o valor das consultas e assim os meus rendimentos, tem como fazer algo parecido na anestesio? A clínica da dor, é difícil montar uma? Ela é realmente um bom empreendimento? Preciso me subespecializar em dor para abrir uma? É difícil clientela para esse tipo de clínica? Ela aumenta rápido? Tem como ou se é muito complicado expandi-la depois para uma clínica completa com outras especialidades? Poderei assumir e tratar pacientes assim no estilo como um clínico faz, ficando o paciente dependente de mim? O tempo livre é realmente comprometido? A família (mulheres e filhos) é muito comprometida em função do trabalho na especialidade? Como é o status do profissional em relação ao paciente, família do paciente e os próprios médicos?
Resposta :
A qualidade de vida do anestesiologista e consequentemente da sua família, sem dúvida fica prejudicada pelas emergências características da própria especialidade, mas se o profissional não for tão ganancioso pelo dinheiro, ele pode organizar um esquema montando uma equipe de anestesistas, onde cada um vai ficar de sobreaviso um ou dois dias por semana e nos outros dias ele vai ficar por conta de cirurgias eletivas. Na prática, na maioria das vezes os anestesistas não conseguem se organizar para isso e ficam circulando de um hospital para outro de dia e de noite.
A anestesio é a especialidade onde se é mais bem remunerado a curto prazo, pois ainda durante a residência médica, o staff do local da residência já vai oferecendo oportunidades fora da residência para seus próprios residentes.
Como em todas as especialidades, o limite dos ganhos financeiros do anestesista é dado pela sua própria capacidade física de atendimento, já que cada vez aparecem mais cirurgias onde ele será chamado a intervir.
O status do anestesista tanto no meio médico, quanto no meio leigo é muito bom, embora nessa especialidade se perca um pouco do “encantamento” da relação médico-paciente, já que existe uma ligação muito efêmera entre os dois.
A clínica da dor é uma área de atuação reconhecida pelo CFM e ainda pouco explorada pelos médicos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que, em média, 30% da população global sofra com dores crônicas. No Brasil, esse número equivale a 60 milhões de brasileiros. A assistência ao paciente com dor requer não só acolhimento, mas também ações científicas para identificar e sanar os sintomas seu conhecimento para atuar nos cuidados ao paciente com dor.
Existem cursos de pós graduação nessa área. São cursos genéricos para profissionais da área da saúde ( médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos…) e normalmente tem duração de 1 ano com aulas 1 vez por semana e total de aproximadamente 24 horas-aula.
Clínica da dor é, sem dúvida, um ótimo investimento. Necessita de uma equipe multiprofissional com médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, enfermeiros.
Clínica da dor evoluir para clínica de várias especialidades ( tipo policlínica ) vai ter dificuldade de conseguir convênios com os planos de saúde, que acham que numa policlínica os pacientes vão ser direcionados de um médico para outro sem indicação .
Sucesso
Mário Novais