Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP, liderados pela Profa. Ester Sabino, realizaram o primeiro sequenciamento genético de 3.000 pacientes com anemia falciforme no Brasil. Essa condição hereditária, que deforma os glóbulos vermelhos, afeta principalmente a população negra, provocando dores intensas e complicações graves. Apesar de comum no Brasil, ainda enfrenta preconceitos e falta de conhecimento médico.
O estudo integra o Projeto Dandara, desenvolvido em parceria com o programa REDS III e cinco hemocentros nacionais. A iniciativa visa transfusões sanguíneas mais seguras, reduzindo reações adversas e promovendo maior compatibilidade por meio da genotipagem de pacientes e doadores.
Um dos principais resultados é o Cartão Fenotcard, emitido pela Fundação Pró-Sangue, que reúne informações genéticas detalhadas para orientar transfusões futuras. Entre 2014 e 2020, foram registrados, em média, 1.087 novos casos anuais de crianças com anemia falciforme, com uma estimativa de 60 mil a 100 mil pessoas vivendo com a doença no Brasil.