O texto questiona a ideia de que a triagem de câncer em pessoas sem sintomas é sempre benéfica, usando a mamografia como exemplo. Embora eficaz para detectar câncer de mama em estágios iniciais, o exame pode gerar falsos positivos, levando a procedimentos invasivos e riscos desnecessários. A recomendação sobre quando iniciar a mamografia varia entre países: no Brasil, começa aos 40 anos, enquanto no Canadá, aos 50, refletindo abordagens diferentes para balancear benefícios e riscos.
O risco de câncer de mama depende de fatores ambientais, genéticos monogênicos (como mutações nos genes BRCA1, BRCA2 e TP53) e poligênicos, que somam pequenas variações genéticas comuns na população. Estudos recentes em mulheres brasileiras mostram que aquelas com maior risco poligênico têm até 3,5 vezes mais chance de desenvolver a doença.
A combinação desses fatores permite personalizar o monitoramento e a triagem, melhorando a detecção precoce. Apesar de já disponíveis no setor privado, essas ferramentas devem ser integradas ao SUS em breve, oferecendo uma abordagem mais precisa para o cuidado preventivo.
Fonte: Medicina SA