As cirurgias cardíacas normalmente envolvem a administração de uma solução cardioplégica para cessar os batimentos cardíacos e possibilitar procedimentos cirúrgicos, como troca de valvas cardíacas. Essa solução possui uma concentração de íons potássio (K+) maior do que usualmente o meio extracelular do organismo tem. Isso diminui a força do fluxo de íons potássio para “fora” da célula, o que diminui também o potencial na interface da membrana celular.
Experimentalmente, sabe-se que essa membrana, de -90mV, passa a ter diferença de potencial de cerca de -55mV. Em outras palavras, a célula fica mais polarizada em um potencial de membrana de -55mV, em que o canal de sódio se mantém inativado. Nesse estágio, o poro de passagem dos íons está aberto, mas a alça de inativação fecha a face interna do canal, de modo que não possa haver fluxo de íons por ele. Portanto, a inibição da despolarização miocárdica é o motivo pelo qual a solução cardioplégica é utilizada para induzir a parada cardíaca e realizar procedimentos cirúrgicos.