Nos últimos anos, uma “competição” informal e velada passou a dominar as rodas de conversas de psiquiatras e especialistas em medicina do sono brasileiros: saber quem atendeu o paciente que tomou a maior quantidade de comprimidos de Zolpidem num único dia.
O remédio usado no tratamento contra a insônia, disponível no mercado há mais de 30 anos, ganhou protagonismo maior na última década, pela junção de uma série de fatores que você vai conhecer ao longo desta reportagem, como uma facilidade na prescrição médica e um apelo quase irresistível para um problema relativamente comum — a dificuldade para dormir.
Diante de um cenário tão complexo, os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil entendem que o uso racional do Zolpidem requer uma série de ações diferentes.
E aqui vale reforçar que esse remédio tem, sim, uma indicação para casos específicos. De acordo com as diretrizes médicas, ele pode ajudar no início de um tratamento contra a insônia em alguns casos, se usado por poucos dias, ou para regular o descanso noturno de pessoas que fazem viagens internacionais e precisam se adequar a um novo fuso horário, por exemplo.
O problema está justamente no uso contínuo, ao longo de meses ou anos, que leva à tolerância de dosagem e à dependência de um comprimido para conseguir dormir.
Fonte: BBC