Como um nervo pode ser lesado?
– Ruptura total das fibras nervosas, comum em traumas;
– Compressão de um nervo;
– Um trauma sem perda da continuidade das fibras nervosas (distensão ou
estiramento);
– Toxicidade – algumas drogas podem ser tóxicas aos nervos, interferindo em sua
função;
– Patologias específicas, como amiloidose e hanseníase, por ex.;
– Distúrbios vasculares, que afetam o suprimento nervoso e sua função,
consequentemente.
Sintomatologia apresentada
A sintomatologia apresentada vai depender principalmente do tipo de nervo lesado, sensitivo, motor ou misto. Se for um nervo exclusivamente motor, a sintomatologia apresentada será uma paralisia da musculatura por ele inervada, com um subseqüente atrofia desta. Consequentemente a esta paralisia, haverá um predomínio de ação da musculatura antagonista, levando o membro a assumir posições típicas, dependendo de qual nervo foi acometido e o local (nível) da lesão.
Se for um nervo exclusivamente sensitivo, o paciente apresentará uma perda da sensibilidade em uma região, que será sempre menor do que a distribuição anatômica, devido as sobreposição do território de inervação entre nervos vizinhos.
E, finalmente, se for lesão de nervo misto, o paciente apresentará sintomatologia característica de perdas sensitiva e motora.
Distúrbios vasomotores são mais habitualmente observados em lesões de nervos sensitivos e mistos. A secção completa de um nervo pode ser seguida de alterações na pele, nas mucosas, nos ossos e nas unhas, sendo estas alterações
denominadas alterações tróficas.
A lesão parcial ou incompleta de um nervo pode acompanhar-se de dor, sensação de agulhadas e, mais raramente, causalgia.
Causalgia é uma sensação de queimação intensa, seguida de alterações tróficas e aumento da temperatura local. Esta tríade é a clássica na apresentação da causalgia, mas é importante lembrar que o paciente pode não apresentar todos os
sintomas. No membro superior, observar-se o fenômeno principalmente nas lesões traumáticas do nervo mediano.
Atualmente, admite-se que esta sintomatologia é devida à lesão de fibras simpáticas (SNA) presentes nos nervos. Quanto maior a quantidade de fibras simpáticas presente em um nervo lesado, maior a possibilidade deste paciente apresentar causalgia.
Lesões Superiores do Plexo Braquial – C5 e C6
A paralisia de Erb-Duchene é a forma mais comum de lesão. Caracteriza-se por dano às raízes nervosas superiores (C5 e C6) do plexo braquial, onde ocorrerá paralisia de todos os músculos inervados por essas raízes, como: deltóide, braquial,
braquiorradial, supra-espinhoso, infra-espinhoso e bíceps (devido ao comprometimento dos nn. axilar, musculocutâneo, supra-escapular e fibras do radial). Se os músculos rombóides, elevador da escápula e serrátil anterior estiverem envolvidos é mau sinal de prognóstico, visto que esses músculos são inervados por nervos que saem diretamente das raízes nervosas (n. escapular dorsal e n. torácico longo). Nesta o membro superior encontra-se hipotônico, pendente ao lado do corpo em adução, rodado medialmente, com o antebraço pronado e estendido. A função da mão encontra-se preservada. O reflexo bicipital é perdido. A perda sensitiva é mínima. As causas mais comuns são tração da cabeça ou ombros, quedas contra a
cabeça do úmero e injúrias obstétricas.
Lesões Inferiores do Plexo Braquial – C8 e T1
A paralisia de Klumpke ocorre com menor freqüência. Trata-se de danos as raízes nervosas inferiores (C8 e T1) do plexo braquial. Corresponde a uma lesão de nn. Mediano e Ulnar no nível da mão, já que estes são mais acometidos, e que na
mão chegam quase que somente fibras de C8 e T1. Nesse caso, os músculos afetados são os flexor ulnar do carpo e os flexores dos dedos e os músculos intrínsecos da mão (região tenar e hipotenar e mm interósseos). Assim, há perda da flexão do punho e dos dedos, e perda também da capacidade de realizar movimentos finos com as mãos, além de trofismo das eminências tenar e hipotenar. O déficit sensitivo é na porção medial do antebraço (acometimento do n. cutâneo medial do antebraço) Observa-se que a motricidade do braço e antebraço é mantida.
As causas mais comuns são:
– tumores ou outra patologia expansiva do ápice pulmonar,
– fratura da clavícula,
– síndrome da costela cervical (os processos transversos da vértebra C7
desenvolvem-se além do normal, formando-se um novo par de costelas, que
pressionam as raízes ventrais dos nn C8 e T1),
– aneurisma do arco da aorta,
– ato de puxar o braço subitamente, principalmente em RN e crianças menores,
– metástases malignas para linfonodos cervicais,
– queda de altura com tentativa de paralisação com os braços.
Lesão do Plexo total – C5 a T1
A paralisia de Erb-Klumpke é a lesão total do plexo braquial. É rara e com difícil determinação da localização exata da lesão anatômica. A lesão afetará todo o braço, que se encontra completamente flácido. Manifestações clínicas como atrofia,
hipomobilidade, edemas, e hematomas são indicativos.
Fonte: https://www.ufjf.br/anatomia/files/2014/07/Lesoes-do-Plexo-Braquial.pdf