O “método mãe canguru”, um tipo de cuidado com o recém-nascido que envolve o contato pele a pele com a mãe ou outro cuidador, é conhecido por reduzir o risco de morte para bebês nascidos prematuramente ou com baixo peso ao nascer (<2,0 kg). Mas esses cuidados, que também envolvem alimentar os bebês exclusivamente com leite materno, geralmente são iniciados depois que os bebês mostram sinais de condição estável, como a capacidade de respirar por conta própria. Porém, a maior parte da mortalidade ocorre antes que a condição desses bebês se estabilize. A segurança e a eficácia do método mãe canguru iniciado logo após o nascimento entre bebês com baixo peso ao nascer são incertas. Agora, um novo estudo publicado no The New England Journal of Medicine demonstrou que bebês vulneráveis têm uma chance melhor de sobrevivência se começarem a receber os cuidados do método mãe canguru – que exige que os bebês passem o máximo de tempo possível em contato direto com a pele de um cuidador – imediatamente após o nascimento. Rajiv Bahl e Suman Rao da Organização Mundial da Saúde em Genebra, Suíça, e seus colegas designaram aleatoriamente mais de 3.200 recém-nascidos com peso entre 1 e 1,8 kg para iniciar o método canguru logo após o nascimento ou assim que sua condição tivesse se estabilizado. A equipe descobriu que iniciar o método mãe canguru imediatamente após o nascimento melhorou a chance de sobrevivência dos bebês em 25% – um benefício tão claro que os monitores do estudo interromperam o estudo precocemente. Os pesquisadores conduziram um ensaio clínico randomizado e controlado em cinco hospitais em Gana, Índia, Malawi, Nigéria e Tanzânia envolvendo bebês com peso ao nascer entre 1,0 e 1,799 kg que foram designados para receber cuidados com o método mãe canguru imediato (intervenção) ou cuidados convencionais em uma incubadora ou um aquecedor radiante até que sua condição se estabilizasse e o método mãe canguru depois disso (controle). Os desfechos primários foram óbito no período neonatal (primeiros 28 dias de vida) e nas primeiras 72 horas de vida. Um total de 3.211 bebês e suas mães foram aleatoriamente designados para o grupo de intervenção (1.609 bebês com suas mães) ou o grupo de controle (1.602 bebês com suas mães). A duração média diária do contato pele a pele na unidade de terapia intensiva neonatal foi de 16,9 horas (intervalo interquartil, 13,0 a 19,7) no grupo de intervenção e 1,5 horas (intervalo interquartil, 0,3 a 3,3) no grupo controle. A morte neonatal ocorreu nos primeiros 28 dias em 191 bebês no grupo de intervenção (12,0%) e em 249 bebês no grupo controle (15,7%) (risco relativo de morte, 0,75; intervalo de confiança [IC] de 95%, 0,64 a 0,89 ; P = 0,001); morte neonatal nas primeiras 72 horas de vida ocorreu em 74 bebês no grupo de intervenção (4,6%) e em 92 bebês no grupo de controle (5,8%) (risco relativo de morte, 0,77; IC 95%, 0,58 a 1,04; P = 0,09). O estudo foi interrompido precocemente por recomendação do comitê de monitoramento de dados e segurança devido ao achado de mortalidade reduzida entre bebês que receberam cuidados com o método mãe canguru imediato. Assim, o estudo concluiu que entre os bebês com peso ao nascer entre 1,0 e 1,799 kg, aqueles que receberam o método mãe canguru imediato tiveram mortalidade mais baixa em 28 dias do que aqueles que receberam cuidados convencionais com método mãe canguru iniciado após a estabilização; a diferença entre os grupos favorecendo o método mãe canguru imediato em 72 horas não foi significativa. Original: https://www.news.med.br/p/medical-journal/1396425/aninhar+o+bebe+pele+a+pele+logo+apos+o+nascimento+com+o+metodo+mae+canguru+aumenta+as+taxas+de+sobrevivencia+de+bebes+com+baixo+peso+ao+nascer.htm
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Novembro 10, 2024