PERGUNTA : Karen ( UNINOVE)
Por gentileza, falar um pouco sobre a especialidade médica “medicina genética ” a respeito da atuação , remuneração a curta e longo prazo , dificuldade em firmar no mercado , concorrência com diferentes especialidades que podem substituí-lo , e concorrência entre colegas com mesma especialidade , é uma especialidade boa para quem desejo futuramente sair do Brasil para validar diploma em outros países ?)
RESPOSTA :
A Genética médica pode ser dividida em dois segmentos : a genética clínica e a genética laboratorial, podendo o profissional atuar nas duas áreas, o que exige uma formação demorada.
A residência tem uma duração de 3 anos, podendo ( e talvez devendo ) ser complementada com um estágio laboratorial de 6 meses a um ano.
É, sem dúvida, uma especialidade cada vez mais importante com tantas descobertas tipo genoma humano e o futuro aponta para uma importância ainda maior com terapias personalizadas substituindo as terapias tradicionais existentes.
Existem bons programas de residência médica em genética na Fiocruz, na Usp, mas o serviço mais diferenciado é o da Unicamp.
O mercado de trabalho é carente de bons profissionais, principalmente na área clínica, talvez até porque seja uma especialidade triste, envolvendo várias síndromes congênitas sem possibilidade de cura.
A área laboratorial envolve custos altos e metodologia apurada, sendo interessante que o profissional esteja filiado a alguma universidade e possa participar de várias linhas de pesquisa.
A remuneração pode ser boa na área clínica pela maior parte da clientela ser de pacientes particulares e também pode ser boa na área de pesquisa pelos projetos grandes que envolve. ( as pesquisas em genética laboratorial recebem um dos maiores orçamentos de pesquisa atualmente patrocinadas pelos órgãos de fomento.).
Algumas informações sobre a residência em genética médica podem te auxiliar na decisão de optar por essa especialidade:
Requisitos para cada um dos três anos do programa de residência –
Primeiro ano – R1
I. – Conteúdo programático teórico – 10 a 20% da carga horária Estrutura do genoma humano
Bases cromossômicas da hereditariedade
Padrões de herança mendeliana
Padrões de herança não convencionais
Herança complexa e principais doenças relacionadas Bases moleculares das mutações e implicações clínicas Aspectos genéticos do desenvolvimento
Citogenética clínica I
Propedêutica em genética clínica
Princípios de genética clínica
Princípios de teratogênese
Noções de Aconselhamento Genético
II – Conteúdo programático prático – 80 a 90% da carga horária
Ambulatórios de Genética 40-50%
Ambulatórios de Especialidades externas 40%
(pediatria incluindo neonatologia, neurologia e/ou endocrinologia e/ou clínica
médica e/ou gineco-endócrino)
Atividade plantão (20 h / sem)
Recomenda-se que as atividades de plantão sejam exercidas em: berçário e/ou
Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou de Anatomia Patológica, e/ou enfermaria de Pediatria e/ou enfermaria de clínica médica)
III – Locais de treinamento
– Ambulatórios (de Genética e das demais especialidades de estágio)
– Enfermarias (de Pediatria e das demais especialidades de estágio)
– Berçário
– Centro Obstétrico ou Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou Serviço de
Patologia (para exame dismorfológico dos óbitos perinatais)
– Salas para estudo dos casos clínicos ou bibliotecas
– Sala de reunião para desenvolvimento do conteúdo teórico do programa
IV – Competências
Ao final do primeiro ano o médico residente deverá ser capaz de: 1) realizar
avaliação genético-clínica de pacientes com história/suspeita de doenças genéticas ou secundárias a agentes teratogênicos; 2) reconhecer as principais malformações isoladas e os principais quadros sindrômicos dismórficos e metabólicos; 3) discutir sobre temas relacionados aos conceitos básicos de genética, cujo conhecimento deve ter sido aprofundado com o conteúdo teórico recomendado.
Segundo ano – R2
I – Conteúdo programático teórico – 10 a 20% da carga horária
Diagnóstico clínico-etiológico em dismorfologia
Malformações congênitas – epidemiologia e bases etiopatogênicas
Doenças metabólicas: classificação, quadro clínico, métodos de diagnóstico,
tratamento
Aspectos genéticos da infertilidade/esterilidade
Diagnóstico pré-natal, indicações e técnicas
Aspectos genéticos das perdas gestacionais
Aspectos genéticos do câncer
Princípios de neurogenética
Principais síndromes hematogenéticas
Principais genodermatoses
Citogenética clínica II
Princípios clínico e laboratorial dos EIM
Técnicas de Aconselhamento Genético
II – Conteúdo programático prático – 80 a 90% da carga horária
Ambulatórios de Genética
Ambulatórios de Especialidades ou disciplinas externas
(infertilidade, medicina fetal, neuroimagem)
Atividade plantão
Recomenda-se que as atividades de plantão sejam exercidas em: berçário e/ou
Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou de Anatomia Patológica, e/ou enfermaria de Pediatria e/ou enfermaria de clínica médica)
III – Locais de treinamento
– Ambulatórios (de Genética e das demais especialidades de estágio)
– Enfermarias (de Pediatria e das demais especialidades de estágio)
– Berçário
– Centro Obstétrico ou Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou Serviço de
Patologia (para exame dismorfológico dos óbitos perinatais)
– Salas para estudo dos casos clínicos ou bibliotecas
– Sala de reunião para desenvolvimento do conteúdo teórico do programa
IV – Competências
Ao final do segundo ano o médico residente deverá ser capaz de: 1) realizar
avaliação genético-clínica de pacientes com doenças metabólicas; 2) reconhecer famílias com história de câncer familiar e de outras doenças genéticas como genodermatoses, doenças neurogenéticas e hematogenéticas; 2) conduzir clinicamente as principais malformações isoladas e os principais quadros sindrômicos dismórficos e metabólicos; 3) discutir sobre temas relacionados aos conceitos básicos de genética, cujo conhecimento deve ter sido aprofundado com o conteúdo teórico recomendado.
Terceiro ano – R3
I – Conteúdo programático teórico – 10 a 20% da carga horária
60% 20% (20 h/ sem)
Ferramentas moleculares em genética médica: métodos e aplicações polimorfismos genéticos: implicações clínicas, diagnóstico molecular genética de populações: freqüência gênica e fatores modificadores
mapeamento gênico: aplicações clínicas
imunogenética: diagnóstico clínico-laboratorial das imuno-deficências hereditárias
neurogenética: doenças neuromusculares e neurodegeneretivas
oncogenética: mecanismos moleculares e citogenéticos do câncer e suas
aplicações clínicas
II – Conteúdo programático prático – 80 a 90% da carga horária
Ambulatórios de Genética
Laboratórios (Citogenética, Genética Bioquímica, Molecular)
Atividade plantão
Recomenda-se que as atividades de plantão sejam exercidas em: berçário e/ou
Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou de Anatomia Patológica, e/ou enfermaria de Pediatria e/ou enfermaria de clínica médica).
III – Locais de treinamento
– Ambulatórios (de Genética e das demais especialidades de estágio)
– Enfermarias (de Pediatria e das demais especialidades de estágio)
– Berçário
– Centro Obstétrico ou Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou Serviço de
Patologia (para exame dismorfológico dos óbitos perinatais)
– Salas para estudo dos casos clínicos ou bibliotecas
– Sala de reunião para desenvolvimento do conteúdo teórico do programa
– Laboratórios (Citogenética, Genética Bioquímica, Molecular, Patologia)
IV – Competências
Ao final do terceiro ano o médico residente deverá ser capaz de: 1) dispor de
meios para conduzir clinicamente qualquer patologia de origem genética, bem como as embriopatias teratogênicas; 2) solicitar, interpretar e discutir sobre os exames laboratoriais de citogenética, genética bioquímica e genética molecular; 3) discutir sobre temas relacionados aos conceitos básicos de genética, cujo conhecimento deve ter sido aprofundado com o conteúdo teórico recomendado.
Sucesso
Mário Novais