A palavra “eclâmpsia” é derivada do grego eklampsis que significa brilho ou explosão. Eclâmpsia é a presença de convulsões na gravidez induzidas por hipertensão arterial. A primeira descrição médica de um caso de eclâmpsia foi feita por Hipócrates no século 5 antes de cristo.
A pré-eclâmpsia é o quadro clínico que costuma anteceder a eclâmpsia. Ele é caracterizado pela tríade de hipertensão, edema e proteinúria. Geralmente a pré-eclâmpsia se manifesta após a 20ª semana de gestação. Nas formas graves da doença podem haver alterações sanguíneas como a destruição de hemácias e plaquetas. Também pode ocorrer insuficiência hepática e renal.
A pré-eclâmpsia aumenta o risco de desfechos desfavoráveis para a mamãe e para o bebê. Se não tratada de forma adequada pode resultar em convulsões, que é o quadro de eclâmpsia. Mas não se preocupe, apenas 1 em cada 200 pacientes com pré-eclâmpsia chegam no quadro de eclâmpsia.
Quais são os sintomas da pré-eclâmpsia?
Como a pré-eclâmpsia pode levar à eclâmpsia, você pode ter sintomas de ambas as condições. Como a principal característica da doença é a pressão alta, você pode ter pré-eclâmpsia e não apresentar sintoma nenhum. Mas não se preocupe, em todas as consultas do pré-natal o seu médico irá medir a pressão para verificar se você tem algum sinal da doença.
Os principais sintomas da pré-eclâmpsia são:
- Pressão arterial elevada (acima de 140/90 mmHg)
- Inchaço nas pernas, mãos e rosto
- Ganho de peso excessivo (em função da retenção de líquido do inchaço)
- Dores de cabeça
- Náuseas e vômitos
- Alterações na visão (visão turva, escura, perda visual ou enxergar pontos brilhantes)
- Urinar pouco
- Dor abdominal, principalmente do lado direito na porção mais superior do abdômen
- Dificuldade para respirar
Algumas alterações normais da gravidez podem produzir sintomas semelhantes (como inchaços, náuseas e dores). Portanto sempre que tiver estes sintomas converse com o seu médico para que ele possa fazer a orientação adequada. A pré-eclâmpsia pode ter diversas apresentações clínicas e nem sempre o diagnóstico é simples.
Já os principais sintomas da eclâmpsia são:
- Convulsões
- Perda da consciência
- Agitação
O que causa a pré-eclâmpsia?
Embora a causa exata da pré-eclâmpsia permanece incerta, existem fortes evidências de que uma das principais causas seja uma implantação deficiente da placenta. Essa placenta anormalmente implantada pode resultar em uma má perfusão placentária, produzindo um estado de hipóxia e aumento de estresse oxidativo com consequente liberação de proteínas anti-angiogênicas juntamente com mediadores inflamatórios no plasma materno. Como a placenta é o órgão que leva nutrientes e oxigênio para o bebê, na pré-eclâmpsia é relativamente comum termos associado a restrição de crescimento fetal.
Outras doenças também como problemas renais ou hepáticos (como o Fígado Gorduroso Agudo) podem causar sintomas semelhantes a pré-eclâmpsia. Por isso é sempre importante consultar o seu médico.
Como evitar a pré-eclâmpsia?
Apesar da manifestação da pré-eclâmpsia iniciar apenas após a 20ª semana de gestação a doença provavelmente começa quando a placenta implanta no útero, ou seja, logo no começo da gravidez. Na época do exame de ultrassom da translucência nucal é possível utilizar o ultrassom para avaliar a implantação da placenta. Para isto o seu médico deve solicitar o exame de Dopplervelocimetria.
Por meio do exame de Dopplervelocimetria podemos avaliar o fluxo de sangue para o útero e determinar se o risco para desenvolver pré-eclampsia nesta gestação é maior ou menor. Para as pacientes com risco alto é possível tomar a aspirina. Um estudo chamado ASPRE publicado em 2017 demonstrou que a aspirina, quando administrada antes de 16 semanas, pode reduzir a chance de pré-eclâmpsia, principalmente das formas graves.
Como é tratada a pré-eclâmpsia?
Não existe um tratamento eficaz para a pré-eclâmpsia. Tratamos a pressão alta com anti-hipertensivos. A única forma de curar a doença é realizando o parto.
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