Os discos intervertebrais são formados por uma zona nuclear central de colágeno e proteoglicanos hidratados chamada núcleo pulposo, o qual é cercado por anéis concêntricos de fibras colágenas que compõem o anel fibroso. O núcleo pulposo é hidratado e funciona como um amortecedor, comprimindo-se durante uma sobrecarga de peso e relaxando quando a carga é removida.
Ao longo do tempo, a repetição do ciclo de compressão-relaxamento exercido sobre os discos intervertebrais pode provocar rupturas periféricas do anel fibroso, permitindo, assim, extrusão e herniação da porção mais gelatinosa do disco, o núcleo pulposo. Isso muitas vezes ocorre com o decorrer da idade, quando o núcleo pulposo vai se tornando cada vez mais desidratado, transferindo, assim, mais forças de compressão ao anel fibroso. Esse estresse adicional pode causar espessamento anormal do anel fibroso e sua posterior ruptura. A maioria das herniações discais ocorre na direção posterolateral porque as rupturas do anel fibroso também ocorrem geralmente na margem posterolateral do disco (lesões marginais). Além disso, o ligamento longitudinal posterior reforça o anel fibroso, fazendo com que as herniações posteriores sejam menos comuns; caso contrário, o disco herniado poderia migrar para dentro do canal vertebral e comprimir a medula espinal ou suas raízes nervosas.
Os locais mais frequentes para herniação do disco da região cervical são os níveis C5-C6 e C6-C7, resultando em dores nos ombros e nos membros superiores. Na região lombar, os locais primários de herniação são nos níveis L4-L5 e L5-S1. A herniação dos discos da região lombar é muito mais comum do que a dos discos da região cervical, geralmente provocando dores na articulação sacroilíaca, no quadril, na região posterior das coxas e nas pernas.
Fonte:
Netter Anatomia Clínica