O esôfago de Barrett é uma condição em que há uma metaplasia (mudança anormal) de células da porção inferior do esôfago, causada pela exposição prolongada ao conteúdo ácido proveniente do estômago. A condição recebeu esse nome em homenagem ao cirurgião australiano Norman Barrett, que a descreveu pela primeira vez em 1957. Ele é duas vezes mais frequente em homens brancos que em mulheres e tem uma incidência aumentada em alcoólatras e tabagistas. É raro entre descendentes de africanos e asiáticos. O esôfago de Barrett é considerado uma lesão pré-maligna porque pode evoluir para um adenocarcinoma.
Quais são as causas do esôfago de Barrett?
O conteúdo do estômago é muito ácido. Por causa disso, o estômago possui um revestimento especial para resistir a esta acidez alta. No entanto, o esôfago não possui esse revestimento e sofre as consequências da acidez quando o conteúdo do estômago reflui para o esôfago, na doença do refluxo gastroesofágico. O esôfago de Barrett ocorre, então, em pacientes com refluxo gastroesofágico de duração de vários anos, favorecido pela hérnia de hiato.
Quais são os principais sinais e sintomas do esôfago de Barrett?
Os principais sinais e sintomas do esôfago de Barrett são idênticos aos dos pacientes com doença do refluxo gastroesofágico. Podem ocorrer também sintomas atípicos e dispépticos e azia noturna.
Como o médico diagnostica o esôfago de Barrett?
As alterações celulares próprias do esôfago de Barrett são bastante visíveis na endoscopia digestiva alta. Elas aparecem como lesões de “cor salmão” ou “cor vermelho-róseo”. No mesmo exame que realiza a endoscopia, o médico pode recolher amostras de tecido para biópsia. A biópsia da área afetada geralmente mostrará células gástricas ou intestinais ou uma mistura de ambos os tipos. As transformações em células intestinais confere à lesão um risco maior de malignidade.
Como o médico trata o esôfago de Barrett?
Não existem tratamentos que façam o esôfago de Barrett regredir. No entanto, um acompanhamento deve ser realizado para o conhecimento da progressão da doença e para prevenir possíveis complicações. Os tratamentos atuais buscam tratar a doença do refluxo gastroesofágico para, assim, diminuir a progressão da doença.
O refluxo gastroesofágico pode ser tratado com medicamentos ou com medidas que ajudem a preveni-lo. Devem ser evitados os alimentos fritos e gordurosos, chocolate, álcool, café, frutas ou sucos cítricos, molho de tomate, ketchup, mostarda, aspirina ou outras drogas anti-inflamatórias não-esteroides. A pessoa deve alimentar-se com maior frequência e em menores quantidades a cada vez, evitar alimentos fermentativos e bebidas gasosas, elevar a cabeceira da cama, não fumar e não fazer nenhuma refeição abundante nas três horas antes de deitar-se. Em alguns casos específicos pode ser aconselhável a realização de uma cirurgia que fortaleça o esfíncter inferior do esôfago que fica na entrada no estômago.
Quais são os cuidados que devem ser observados com o esôfago de Barrett?
A maioria dos pacientes com esôfago de Barrett não irá desenvolver câncer de esôfago, mas essa possibilidade existe e o esôfago de Barrett aumenta as chances.
Em razão de poder se transformar numa lesão maligna, a doença requer monitorização periódica através de endoscopia digestiva alta.
Fonte:
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/371555/esofago+de+barrett+o+que+e+quais+sao+os+sintomas+como+sao+o+diagnostico+e+o+tratamento+como+deve+ser+acompanhado+ele+pode+ser+evitado.htm