Cefaleias representam 4,5% e a quarta principal causa de atendimento em unidades de emergência. Apesar da evolução favorável na maioria dos casos, a falha na diferenciação entre cefaleias primária e secundária pode ser fatal. Do mesmo modo, não podemos investigar todos os casos inadvertidamente, pois isso gera custos desnecessários, overdiagnosis e associações incorretas.
Tanto pacientes com cefaleia primária quanto secundária podem se apresentar na emergência buscando apenas alívio imediato de sua dor, sem descrever qualquer outro sintoma. Portanto, para diferenciá-las, é necessária a busca ativa de red flags.
1. Red Flags: como organizar o raciocínio.
Os red flags são sinais de alerta para um evento potencialmente grave e, neste caso, indicam a maior probabilidade de cefaleia secundária. Simplificando, diante do paciente, as três questões iniciais são:
- Existem características de cefaleia secundária na dor do paciente?
- Existem características de cefaleia secundária no exame físico do paciente?
- Existem características no paciente que aumentam a chance de cefaleia secundária?
Abaixo, estão os principais sinais de alerta para responder a tais perguntas, seguidos de alguns exemplos para cada um deles.
2. Grupo 01 de red flags: características da dor.
3. Grupo 2 de red flags: características do exame físico.
4. Grupo 3 de red flags: características do paciente.
O mnemônico SNOOP procura resumir o que comentamos e pode ser um guia rápido para memorização.
Os pacientes de baixo risco, então, agregam os seguintes atributos:
- Sem mudança no padrão típico de cefaleia primária;
- Sem novas características na história (ex. febre, trauma, crise epiléptica);
- Sem sintomas neurológicos focais ou anormalidades do exame neurológico;
- Sem comorbidades que representem alto-risco.
Lembre-se:
- Anamnese e exame físico cuidadosos são fundamentais e indicarão a necessidade de exames complementares;
- Saber questionar adequadamente pode modificar a forma como o paciente responde e, portanto, diminuirá a probabilidade de armadilhas. Portanto, pratique;
- A análise conjunta dos dados é fundamental. Descreva a cefaleia para avaliar se o tipo de dor pode ser associado à causa provável relacionada ao sinal de alerta.
Lista de siglas:
AVC: Acidente vascular cerebral/encefálico.
AVCI: Acidente vascular cerebral/encefálico isquêmico.
DD: Decúbito Dorsal.
HSA: Hemorragia subaracnóide.
MAV: Malformação arteriovenosa
NC: Nervos cranianos.
PRES: Síndrome de (leuco)Encefalopatia Posterior Reversível.
SIDA: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
SNC: Sistema Nervoso Central.
SVCR: Síndrome de Vasoconstrição Cerebral Reversível.
TCE: Traumatismo Cranioencefálico.
TVC: Trombose venosa cerebral.
Fonte:
Portal Pebmed