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Insônia é a dificuldade de adormecer ou de manter-se adormecido, acordar precocemente ou uma sensação de sono não renovador.
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SDE é a tendência de adormecer durante as horas normais de atividade diária.
Os transtornos do sono podem ser causados por fatores do interior do corpo (intrínsecos) ou de fora do corpo (extrínsecos).
Higiene de sono inadequada
O sono é prejudicado por determinados comportamentos. Incluem:
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Consumo de cafeína, fármacos simpatomiméticos ou outros estimulantes (em geral, próximo à hora de dormir, mas também à tarde para pessoas particularmente sensíveis)
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Exercício ou excitação (p. ex., um filme eletrizante) tarde à noite
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Uma agenda irregular de sono-vigília
Os pacientes que compensam o sono perdido dormindo até tarde ou cochilando durante o dia fragmentam ainda mais o sono noturno.
As pessoas que sofrem de insônia devem obedecer a um horário regular de despertar e evitar cochilos, independentemente da quantidade de sono noturno.
Medidas adequadas de higiene de sono são importantes ( Higiene do sono).
Insônia de ajuste
Estímulos de estresse emocional agudo (p. ex., perda de emprego, hospitalização) podem causar insônia. Em geral, os sintomas diminuem rapidamente após a supressão dos estímulos; a insônia costuma ser transitória e breve. Contudo, quando há sonolência diurna e fadiga, em especial quando interferem nas atividades diárias, justifica-se o tratamento a curto prazo com hipnóticos. A ansiedade persistente pode requerer tratamento específico.
Insônia psicofisiológica
A insônia, independentemente da causa, pode persistir muito além da eliminação dos fatores precipitantes, em geral a principal razão é ansiedade antecipada sobre a possibilidade de outra noite sem sono seguida por outro dia de fadiga. Muitas vezes, os pacientes passam horas na cama concentrados e pensando no sono, e os pacientes normalmente têm mais dificuldade de adormecer em seu próprio quarto do que em qualquer outro lugar fora de casa.
Tratamento ideal combina
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Estratégias cognitivo-comportamentais
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Hipnóticos
Embora as estratégias cognitivo-comportamentais sejam mais difíceis de serem implementadas e demorem mais, os efeitos são mais duradouros, até 2 anos após o término do tratamento. Essas estratégias incluem
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Higiene do sono (especialmente restrição do tempo na cama — Higiene do sono)
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Educação
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Treinamento de relaxamento
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Controle de estímulos
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Terapia cognitiva
Os hipnóticos são convenientes para pacientes que necessitam de alívio rápido e naqueles em que a insônia tem causado efeitos durante o dia com SDE e fadiga. Esses fármacos não devem ser utilizados indefinidamente.
Transtornos físicos do sono
Os distúrbios físicos podem interferir no sono e causar SDE. Os distúrbios que causam dor ou desconforto (p. ex., artrite, câncer, hérnia de disco), em particular aqueles que pioram com o movimento, causam despertares transitórios e má qualidade de sono. As crises epilépticas noturnas também podem interferir no sono.
O tratamento é direcionado ao distúrbio de base e ao alívio dos sintomas (p. ex., com analgésicos na hora de dormir).
Transtornos mentais do sono
A maioria dos grandes transtornos mentais está associada à SDE e à insônia. Cerca de 80% dos pacientes com depressão grave relatam estes sintomas. Por outro lado, 40% dos pacientes com insônia crônica apresentam um grande transtorno mental, em geral um distúrbio de humor.
Os pacientes com depressão podem ter insônia inicial ou insônia de manutenção do sono. Às vezes, na fase de depressão do transtorno bipolar e no transtorno afetivo sazonal, o sono é interrompido, mas os pacientes se queixam de sonolência diurna contínua.
Se a depressão é acompanhada por insônia, antidepressivos que proporcionam maior sedação (p. ex., citalopram, paroxetina, mirtazapina) podem ajudar os pacientes a dormir. Esses fármacos são utilizados em doses regulares (não baixas) para assegurar a correção da depressão. Mas os médicos devem observar que esses fármacos não são previsivelmente sedativos e podem ter propriedades de ativação. Além disso, a sedação fornecida pode durar mais do que sua utilidade, causando SDE, e esses fármacos podem ter outros efeitos adversos, como ganho de peso. Como alternativa, qualque antidepressivo pode ser usado com um hipnótico.
Se a depressão é acompanhada por SDE, pode-se optar por antidepressivos com qualidades ativadoras (p. ex., bupropiona, venlafaxina ou ISRS como fluoxetina e sertralina).
Síndrome do sono insuficiente (privação de sono)
Os pacientes com essa síndrome não dormem o suficiente à noite, apesar de oportunidade adequada para fazê-lo, para permanecerem alertas quando acordam. A causa é geralmente diversos compromissos sociais ou ocupacionais. Provavelmente, essa síndrome é a causa mais comum de SDE, que desaparece quando o tempo de sono aumenta (p. ex., nos finais de semanas e nas férias). Após longos períodos de privação do sono, semanas ou meses de sono prolongado são necessários para restaurar o estado de alerta durante o dia.
Transtornos do sono relacionados a fármacos
Insônia e SDE podem resultar do uso excessivo de estimulantes do SNC (p. ex., anfetaminas, cafeína), hipnóticos (p. ex., benzodiazepínicos), outros sedativos, quimioterapia de antimetabólitos, antiepilépticos (p. ex., fenitoína), contraceptivos orais, metildopa, propranolol, álcool e preparações de hormônio tireoideano ( Alguns fármacos que interferem no sono). Os hipnóticos geralmente prescritos podem causar irritabilidade e apatia e reduzir o estado de alerta mental. Várias fármacos psicoativos podem induzir movimentos anormais durante o sono.
A insônia também pode se desenvolver durante a retirada de depressores do SNC (p. ex., barbitúricos, opioides, sedativos), antidepressivos tricíclicos, inibidores da monoamina oxidase ou drogas ilícitas (p. ex., cocaína, heroína, maconha, fenciclidina). A retirada abrupta de hipnóticos e sedativos pode causar nervosismo, tremores e convulsões.
Fonte:
MSD Manual