O estudo “Prevalence and Severity of Food Allergies Among US Adults” divulgado em Janeiro de 2019 levantou a seguinte questão: Quais são a prevalência e a severidade de alergias alimentares nos adultos dos EUA? Com base nessa pergunta, os pesquisadores entrevistaram 40.443 americanos, dos quais 19% afirmaram ter alergia a algum alimento – e quase metade dessas pessoas relatou já ter procurado atenção hospitalar por conta disso. Os principais e mais comuns alérgenos reportados foram: ostras, leite, amendoim, nozes e peixe. Contudo, a pesquisa além das respostas para sua pergunta encontrou outro dado interessante: dos 19% de adultos que afirmaram ter alergia a algum alimento, apenas 10% realmente tinha evidências clínicas após realizados os questionários sobre as reações pós ingestão dos alimentos supostamente alérgenos. Esse grupo não relatou apresentar um conjunto de sintomas específicos (como inchaço, vermelhidão, vômitos, dificuldade respiratória e tontura, entre outros), que de fato caracterizam a presença de alergia. Ou seja, quase metade dos pacientes acreditavam ter alergia a algum alimento, enquanto na verdade não sofriam de tal condição. Segundo os pesquisadores, os pacientes provavelmente estão confundindo alergia com intolerância alimentar, que apresenta sintomas similares ao da alergia, porém mais brandos e inespecíficos como dor de barriga, diarreia e náuseas. Além disso, existe a possibilidade de estarem ingerindo produtos estragados. “É muito importante que os adultos com suspeita de alergia alimentar façam testes confirmatórios, para garantir que eles não evitem determinadas comidas sem necessidade e sua qualidade de vida seja indevidamente prejudicada”, conclui o estudo.
Por Caio Melo
Fonte: https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2720064
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Março 13, 2024