O modelo mais novo do Apple Watch, lançado em setembro, possui um monitor de frequência cardíaca com
sensores, segundo a empresa, capazes de fazer um eletrocardiograma
(ECG) do usuário e avisar caso ele tenha fibrilação atrial. Apesar de polêmicos, os novos recursos foram aprovados pela American Heart Association (AHA) e liberados pela Food and Drug Administration (FDA) – uma espécie de Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) dos Estados Unidos – como um novo tipo de dispositivo médico.
O presidente a AHA, Ivor Benjamin, participou do evento anual da Apple e afirmou que “capturar dados significativos sobre o coração de alguém em tempo real está mudando a forma como praticamos a Medicina”. Já a FDA fez um comunicado logo após o lançamento afirmando que “trabalhou junto da empresa, à medida que eles desenvolveram e testaram esses produtos de software, que podem ajudar milhões de usuários a identificar preocupações com a saúde mais rapidamente”. A agência encaminhou documento à Apple citando como um fator de risco o potencial do equipamento sinalizar um problema por engano, levando ao tratamento desnecessário.
No Brasil, a Associação Brasileira de Arritmia, Eletrofisiologia e Estimulação Cardíaca Artificial/Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (ABEC/DECA), que é um departamento da SBCCV, emitiu nota oficial ressaltando o uso de novas tecnologias associado à educação da população: “A entidade acredita que o relógio pode ser bom para pacientes que têm ritmos cardíacos irregulares e que podem não perceber, ou para aqueles que possuem fibrilação atrial e que nem sempre apresentam sintomas perceptíveis, condição para a qual o relógio faria a triagem.
Em uma situação ideal, alguém que não sabe que tem um problema pode receber um aviso do relógio e encaminhar esses dados ao médico. Porém também existe a preocupação de que o uso generalizado de ECGs, sem iniciativa educacional igualmente ampla, possa sobrecarregar um sistema de saúde que já atua acima do limite”, diz trecho
da nota.
A Apple afirmou que a funcionalidade estará disponível em outros países assim que a aprovação necessária for concedida pelas autoridades locais.
Fonte:
Jornal Sociedade Brasileira de Cardiologia Nº196-11/2018
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