Pergunta : Arthur ( Universidade Federal do Rio de Janeiro )
Ola dr Mario. Estou no 12º período e já me decidi por ortopedia. Minha dúvida é com relação a inserção do subespecialista no mercado. Sei que a demanda por áreas como a cirurgia da coluna ou joelho e quadril é gigante. Entretanto, vejo que há uma certa resistência dos planos no geral ao credenciamento de novos subespecialistas, pelo menos aqui no RJ. Como o preço das próteses é muito alto, geralmente a maioria das cirurgias dessas especialidades são quase que exclusivamente oriundas dos convênios. Pelo SUS são praticamente impossíveis e as particulares são raras. Gostaria de saber como fica a inserção neste mercado e se os custos para iniciar a vida como ortopedista, incluindo materiais próprios são muito altos. Agradeço
Resposta :
Existe uma tendência em quase todas as especialidades dos médicos procurarem se sub especializar.
Essa tendência se por um lado facilita a área de atuação do profissional e seu aprimoramento cientifico, por outro lado reduz seu mercado de trabalho.
A sugestão é que mesmo o médico se sub especializando, ele deva continuar atendendo pacientes da sua especialidade geral.
Exemplo: se o ortopedista se sub especializou em quadril, minha sugestão (do ponto de vista mercado) é que ele continue atendendo ortopedia geral, evidentemente encaminhando os casos que realmente necessitem de atendimento especializado.
No caso da ortopedia não podemos dizer que existem sub especialidades melhores ou piores. Talvez a que tenha um mercado de trabalho maior, pelo número maior de casos seja quadril ( principalmente pelo envelhecimento da população ) e joelho e coluna ( pelo aumento dos casos de obesidade com suas consequências ortopédicas ).
A sugestão é que se deixe para definir uma sub especialidade quando estiver terminando a residência de ortopedia geral, pois o residente já vai ter tido mais contato com pacientes de várias sub especialidades e então poderá ver com que área se identifica mais e se sente mais confortável em trabalhar.
Em relação à inserção no mercado de trabalho : Com 5 anos de formado vc terá terminado a residência dois anos antes e provavelmente estará dando plantão como ortopedista, recebendo um salário de cerca de R$ 7.000,00/mês/24 h de plantão semanal (esse valor vai variar dependendo da cidade onde estiver trabalhando).
Se já tiver iniciado atividade em consultório particular próprio (sugiro que alugue um horário em um consultório de ortopedia a partir do segundo semestre do R2), poderá estar atendendo no consultório 3 tardes por semana e se atender apenas 5 pacientes particulares por dia ( vai levar algum tempo para bater essa meta ), cobrando uma faixa de 300,00 a consulta, estará faturando mais uns 18.000,00 por mês.
Somando o valor do plantão mais o valor do consultório e mais alguns procedimentos e cirurgias como cirurgião ou como auxiliar, poderá tranquilamente estar recebendo mais de R$ 25.000,00 por mês.
Daí pra frente e com possibilidade de conseguir alguns convênios com planos de saúde, sua remuneração tende a aumentar.
O Mercado médico , inclusive da ortopedia, continua sendo muto bom; mas como todo mercado bom, ele é competitivo. Por isso os melhores especialistas sempre terão chance mais rapidamente. Seja um desses melhores.
O futuro dos ortopedistas não deveria ser pelo caminho de “plantões “. Mas sim pelo caminho do “consultório particular “e depois pelo caminho de montar uma “clínica própria”.
Construir uma bela carreira não é fácil em nenhuma profissão. Precisa dedicação e acima de tudo planejamento, além de muita paciência para deixar a profissão amadurecer.
Uma excelente maneira de iniciar a carreira após a residência médica é a chamada “ medicina popular “.
O Brasil tem cerca de 200 milhões de habitantes; apenas 40 milhões tem planos de saúde, ou seja existem cerca de 160 milhões de pessoas que não tem planos de saúde; que não estão satisfeitos com o SUS, que não tem dinheiro para medicina particular, mas que conseguem fazer esforço e pagar uma consulta de R$ 80,00 no ortopedista.
Um consultório simples, com apenas um aparelho portátil de R-X, localizado em um bairro pobre da cidade, vai te permitir atender em pouco tempo, facilmente 20 a 30 pacientes por dia, o que vai gerar uma renda mensal de 30 a 50 mil reais, fora alguma imobilização, fisioterapia ou cirurgia que possa gerar.
Sucesso
Mário Novais
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