É aquela que se torna aparente no segundo ou terceiro dias de vida, às custa de bilirrubina indireta, sendo clinicamente observada quando atinge um valor sérico acima de 5-7 mg/dl. O nível máximo de bilirrubina total é de 12 a 13 mg/dl nos RN a termo e 14 a 15 mg/dl nos prematuros. Dessa forma, diante dos seguintes achados podemos EXCLUIR o diagnóstico de icterícia fisiológica:
⇒Icterícia persistente,
⇒Presença de colestase,
⇒Início nas primeiras 24 horas,
⇒Níveis de bilirrubina muito elevados,
⇒Velocidade de aumento da bilirrubina é alta.
Os mecanismos que se destacam na produção dessa afecção são o aumento da produção de bilirrubina, caracterizado por uma maior massa eritrocitária; aumento na circulação êntero-hepática e menor captação, conjugação e excreção da bilirrubina pelo fígado.
Para apoiar na avaliação do quadro evolutivo de icterícia, utilizamos a classificação das Zonas de Kramer, a qual é dividida em 5 zonas ( de I a V):
É importante destacar que uma icterícia que alcança a zona III de Kramer (12mg/dl), provavelmente, não mais caracteriza uma icterícia fisiológica. Mas atenção, o exame laboratorial é essencial para fechar o diagnóstico.
Exemplo: Um RN sem intercorrências, com 70 horas de vida apresenta-se, ao exame físico, ictérico, classificado na zona III de Kramer, com uma Bilirrubina total de 11mg/dl, sendo 10,5mg/dl de Bilirrubina indireta e 0,5mg/dl de Bilirrubina direta. Sem qualquer outra alteração. A tipagem sanguínea era concordante com a materna. Qual seria o diagnóstico provável?
Resposta: Icterícia fisiológica.
Ora, mas não está na zona III de Kramer? SIM, está. Mas nesse caso a clínica não foi soberana, pois como o exame laboratorial revelou uma Bilirrubina total de 11 mg/dl às custas de Bilirrubina indireta, o provável diagnóstico é de Icterícia fisiológica.