Como se a adolescência já não fosse um período suficientemente complicado para uma grande parcela dos jovens, ainda surgem pequenos “problemas” que, para muitos, representam mais um motivo complicador para essa fase. Dentre eles, a ACNE se destaca como uma grande vilã, sendo, muitas vezes, um motivo de autoestima baixa.
Tentemos, então, esclarecer um pouco sobre a bendita ESPINHA e, sob a luz desse esclarecimento, descontruir o medo que ronda esse incômodo.
O que é? E como surge?
Costumeiramente, usamos o nome Acne como sinônimo de Espinha. Contudo, o conceito de Acne é mais extenso, já que essa dermatose engloba todas as manifestações decorrentes dela: espinhas, cravos, caroços, cistos e cicatrizes.
Como podemos observar no nosso dia-a-dia, a acne acomete também a população adulta, apesar de ser, majoritariamente, uma afecção presente em adolescentes. Nos homens, a acne costuma ser mais grave, mas nas mulheres costuma ser mais duradoura (motivos endócrinos).
A formação da acne se dá pela obstrução dos poros, que pode ocorrer por produção excessiva de sebo, por resto de células mortas e bactérias nos folículos pilosebáceos (principalmente Propionibacterium acnes). Sob a atividade hormonal, a produção de sebo é aumentada.
E quais são as regiões mais acometidas? E como se manifesta?
Em maior proporção o rosto, sendo em, menor grau, costas, peito e ombros.
As lesões podem ou não ser inflamatórias:
1) As não-inflamatórias são os comedões abertos (pontos negros) e os comedões fechados (pontos brancos). O primeiros são caracterizados pela oclusão do folículo por queratina e lipídios. O poro permanece fechado, mas com a superfície aberta. Já os segundos, são caracterizados por uma pápula sobrelevada de difícil visualização, em que tanto os poros quanto a superfície estão fechados.
2) As inflamatórias apresentam formas variadas, que vão desde pequenas pápulas com aréola inflamatória a pústulas ou nódulos e cistos flutuantes (é o tipo mais grave de acne).
O diagnóstico é clínico. Observe a classificação segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia:
- Acne Grau I: apenas cravos, sem lesões inflamatórias, espinhas ou cistos.
- Acne Grau II: cravos e espinhas pequenas – pequenas lesões inflamadas e pontos amarelos de pus, também chamados de pústulas.
- Acne Grau III: cravos, espinhas pequenas e cistos – lesões mais profundas e dolorosas, avermelhadas e bem inflamadas.
- Acne Grau IV: cravos, espinhas pequenas e cistos, que se comunicam causando inflamação mais grave e aspecto desfigurante. Este tipo de acne também é conhecido como acne conglobata.
- Acne Grau V: surgimento súbito da acne com lesões graves, como cistos dolorosos que ulceram deixando grandes cicatrizes, acompanhado de sintomas gerais, como febre, mal estar e dor no corpo. É uma forma rara e mais comum no sexo masculino.
No próximo artigo daremos continuação a esse tópico, no qual serão expostos o tratamento e a profilaxia da acne. Continue Conosco! Até a próxima.
Celso Neto
Bibliografia
- Academia Española de Dermatología y Venerealogía – AEDV
- Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD
- American Academy of Dermatology – AAD