ESTRIAS! E agora???
Você é, ainda, apenas um graduando em medicina, mas é claro que para a família, principalmente para aquelas queridas tias, você já é médico desde o primeiro período. Não é verdade? E todas elas torcem para que você se torne um brilhante cirurgião plástico, que dará a elas “uma levantada” e, com certeza, gratuitamente. Mas elas não esperam nem mesmo o fim da graduação para a consulta. Daí vem perguntas de toda ordem, desde uma dor de garganta a um probleminha estético. E você deve estar preparado para responder, certo? É claro que não.
Contudo, um pouco de conhecimento sobre alguns assuntos recorrentes pode dar uma boa satisfação a essas “pacientes” especiais e garantir que você saia “bem na fita”. E se te perguntarem sobre as temidas ESTRIAS? Você saberia o que responder? Seja bem vindo e acumule mais conhecimento!
O que são as ESTRIAS? E como surgem?
As estrias são cicatrizes atróficas, que se dão quando há o rompimento das fibras elásticas do tecido epitelial formadas por colágeno e elastina. Seu aparecimento pode ser favorecido pela genética ou por hiperextensibilidade da pele. Neste último caso, podem-se citar como exemplos o uso prolongado de corticoides, uso de estrógeno, uso de anabolizantes e hormônios adrenocorticais, gravidez, uso de próteses mamárias/próteses de glúteos e o famoso “efeito sanfona”.
Mas existem dois tipos, as vermelhas e as brancas. Qual a diferença entre elas?
As estrias vermelhas são as mais recentes, ainda em processo inflamatório, em que as fibras estão sob um processo de reorganização, sendo, por isso, mais susceptíveis ao tratamento. Já as estrias brancas estão em processo cicatricial, sendo o tratamento menos efetivo.
E o tratamento é eficaz? Como é feito?
A eficácia do tratamento dependerá diretamente do estágio em que o mesmo é iniciado. Outros fatores são muito importantes, tais como etnia, a idade, local de formação, tamanho da cicatriz etc.
Caso ainda seja do tipo vermelha haverá uma melhor resposta, pois o que será feito é uma redução do processo inflamatório a fim de se evitar a desestruturação total das fibras.
Há a forma medicamentosa e a manipulação cirúrgica/estética para o tratamento dessas indesejadas cicatrizes.
Medicamentoso:
- Ácido Retinóico: estimula a produção de colágeno. É o mais efetivo.
Cirúrgico:
- Subcisão: rompem-se a fibrose, podendo posteriormente fazer o preenchimento das áreas com ácido hialurônico ou proceder com a sutura das estrias.
Estético:
- Laser não-ablativo
- Laser ablativo e fracionado
- Microdermoabrasão
- Infravermelho
OBS: o tratamento não fará com que as estrias desapareçam 100%.
O médico dermatologista é o profissional mais habilitado para realizar o tratamento necessário. Isso inclui receitar o Ácido Retinóico, que exige um cuidado muito especial para que não haja danos à pele, a citar o uso imprescindível de filtro solar diariamente em regiões expostas e a hidratação adequada da pele.
A prevenção é possível? Como é feita?
Sim, é possível prevenir. A utilização de hidratantes assume papel de destaque nessa questão. Além disso, a maneira mais efetiva de se evitar o aparecimento de estrias é evitando suas causas. Nota-se então, por exemplo, que não usar anabolizantes e que um balanço alimentar, que não coloque o corpo sob o ciclo engorda-emagrece-engorda, garantindo um peso adequado, são atitudes que, além de proporcionar uma boa saúde, dificultam o aparecimento de efeitos estéticos não desejados, como as estrias.
Celso Neto
Bibliografia
- Academia Española de Dermatología y Venerealogía – AEDV
- Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD
- Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional do Piauí – SBDPI