Diversos estudos reconhecem que a maioria das infecções hospitalares é de origem endógena (70 a 80%). Entretanto, a segunda causa da transmissão da infecção do sítio cirúrgico (ISC) é a equipe cirúrgica, cujos veículos são, principalmente, as vias aéreas superiores e as mãos. A escovação das mãos é um processo que visa a retirada de sujeira e detritos, redução substancial ou eliminação da flora transitória e redução parcial da flora residente.
Centro Cirúrgico: preparo pré-operatório das mãos
Diversos estudos reconhecem que a maioria das infecções hospitalares é de origem endógena (70 a 80%). Entretanto, a segunda causa da transmissão da infecção do sítio cirúrgico (ISC) é a equipe cirúrgica, cujos veículos são, principalmente, as vias aéreas superiores e as mãos. A escovação das mãos é um processo que visa a retirada de sujeira e detritos, redução substancial ou eliminação da flora transitória e redução parcial da flora residente.
Inicialmente é necessário a retirada de joias e acessórios. A duração do procedimento deve ser de 3 a 5 minutos para a primeira cirurgia e de 2 a 3 minutos para as cirurgias subsequentes. A escovação é feita, de preferência, com escovas de cerdas macias. Na inexistência destas, opta-se pela fricção manual. Entretanto, vale ressaltar que alguns autores consideram equivalentes as técnicas de antissepsia mecânica (a escovação propriamente dita) e química. Na realidade, muitos apontam que o mais importante é o tempo de contato da solução antisséptica com a pele.
A seguir, resumimos os principais passos para uma escovação eficiente:
1. Molhar as mãos e antebraços de forma abundante;
2. Com a escova devidamente umedecida pela solução antisséptica (PVPI degermante ou clorexidina), iniciamos a escovação pela mão dominante, seguindo uma sequência lógica (exemplo: palma, costas da mão, faces laterais e mediais das mãos e dedos, unhas, dobras dos dedos), sempre com movimentos de vai-e-vem no sentido mãos-cotovelo;
Atenção: mantenha as mãos sempre acima da linha do cotovelo, o que garante que a solução contaminada não venha a escorrer sobre áreas já escovadas.
3. A escovação do punho e antebraço se fará com movimentos no sentido mãos-cotovelo;
4. Segue-se a escovação dos cotovelos (até terço inferior do braço);
5. Após realização em um braço, repetir no contralateral;
6. Enxágue.
Durante o enxágue, devemos tomar cuidados para que não ocorra contaminação: largamos a escova dentro da pia e acionamos a torneira, mas sem utilizar as mãos (o mecanismo pode variar: alavancas para serem abertas com o cotovelo, sensores fotoelétricos ou mesmo acionamento pelos pés). As mãos devem ser mantidas sempre acima da linha do cotovelo. O braço que será enxaguado deverá ser colocado com uma leve inclinação: iniciamos pelas mãos, fazendo um movimento único sob o jato d’água no sentido mão-cotovelo. O braço nunca deverá voltar para repetir o movimento de ida ainda debaixo d’água: contorne o jato e repita a operação quantas vezes necessário.
A seguir, observe as imagens de passo-a-passo para o preparo pré-operatório das mãos, segundo a ANVISA:
Igor Torturella
Referências:
1) CATANEO, C et al. O preparo da equipe cirúrgica. Rev Latino am enfermegem. 2004.
2) www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/conteudo/c_tecnicas.htm
3) SILVADO, RA et al. Anti-sepsia mecânica e química das mãos e antebraços da equipe cirúrgica. 1999.