Confiram os laudos dos exercícios do módulo 6. Lembrem-se: é muito importante que pratiquemos nosso aprendizado; não deixem de escrever seus laudos, da forma mais completa possível!
Laudos |
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1) Ritmo sinusal FC x bpm Eixo a +60⁰ SAE HVE com sobrecarga sistólica Distúrbios secundários da repolarização ventricular na parede inferior |
2) Ritmo sinusal FC x bpm Eixo a +20⁰ HVE com sobrecarga sistólica |
3) Ritmo sinusal FC 100 bpm Eixo a +10⁰ ECG normal |
4) Ritmo sinusal FC x bpm Eixo a +60⁰ SAD Distúrbios secundários da repolarização ventricular na parede lateral alta |
5) Ritmo sinusal FC x bpm Eixo a +120⁰ SAE HVD |
6) Ritmo sinusal FC x bpm Eixo a +120⁰ SAE HVD Distúrbios secundários da repolarização ventricular na parede inferior |
Continuando em nosso estudo sobre as anormalidades eletrocardiográficas, abordaremos hoje os distúrbios de condução e os bloqueios de ramo.
São causas importantes de bloqueios de ramo: (1) doença degenerativa (o próprio envelhecimento), (2) congênito, (3) doença aterosclerótica coronariana, (4) Doença de Chagas.
Inicialmente discutiremos o Ramo Direito. Nesse caso, o impulso seguirá normalmente para o VE, mas, devido ao bloqueio, haverá um importante atraso na despolarização do VD. As alterações observadas no ECG são melhor estudas nas derivações V1/V2 e V5/V6. Distúrbios de condução pelo ramo direito são caracterizados pela presença de uma onda R’ nas derivações V1/V2, dando um aspecto peculiar de “orelhas de coelho”. Com o progredir da condição, ocorre alargamento do complexo QRS, preferencialmente em sua porção terminal. O bloqueio de ramo direito (BRD) encontra-se instalado quando o QRS torna-se maior ou igual a 0,12 segundos (3 mm). Observe a imagem abaixo:
Nas derivações V5/V6, o vetor da despolarização tardia do VD irá se manifestar como uma “onda S arrastada”. Lembre-se que as derivações são simplesmente pontos de vista diferentes de um mesmo fenômeno elétrico!
Agora é a vez de estudarmos as alterações no Ramo Esquerdo. O principal marcador de um distúrbio de condução pelo ramo esquerdo é o desaparecimento da onda Q nas derivações V5/V6; assim como no caso anterior, o bloqueio de ramo esquerdo (BRE) ocorre quando o QRS encontra-se alargado, acima de 0,12 segundos.
Em V1/V2, ocorre o desaparecimento da onda R. Vale ressaltar que nem sempre isto será observado e, muitas vezes, a onda R pode reaparecer com o progredir do distúrbio; entretanto, o alargamento constante do complexo QRS irá revelar o avançar da doença.
Demos preferência à terminologia “distúrbios de condução” por ser esta mais recente. As situações descritas sob essa nomenclatura eram anteriormente descritas como bloqueios de ramo de 1⁰ ou 2⁰ graus. Ah! Uma informação importante antes de concluirmos: diante de um BRE, não podemos realizar, pelo ECG, um diagnóstico de HVE… em nossos laudos, costumamos escrever “HVE?”, de modo a sugerir nossa suspeita. O diagnóstico de certeza se faz pelo ecocardiograma.
Revise no quadro abaixo as principais características dos bloqueios de ramo estudados:
Bloqueio de Ramo Esquerdo – Alargamento global do QRS; – Alterações na onda T; – Manutenção da transição elétrica; – Na ausculta: desdobramento invertido de B2. |
Bloqueio de Ramo Direito – Alargamento do QRS (preferencialmente em sua porção terminal); – Alterações na onda T; – Transição elétrica subvertida; – Meseta de aVR e sinal das “orelhas de coelho” em V1; – Na ausculta: desdobramento persistente de B2. |
Exercícios
1)
2)
3)
4)