No módulo de hoje continuaremos nosso estudo do ECG normal. Aprenderemos a extrair das dimensões da onda P importantes informações quanto ao estado dos átrios, assim como analisar o intervalo P-R e a função do nodo AV. Por fim, falaremos um pouco sobre o complexo QRS normal e o fenômeno de transição elétrica.
A seguir, os laudos dos exercícios do módulo anterior:
Laudos |
|
1) Ritmo sinusalFC x bpm Eixo a + 40⁰ ECG normal |
2) Ritmo sinusalFC x bpm Eixo a + 90⁰ ECG normal |
3) Ritmo sinusalFC x bpm Eixo a + 30⁰ ECG normal |
4) Ritmo sinusalFC x bpm Eixo a + 50⁰ ECG normal |
Revisando o que já aprendemos: (1) identificar o ritmo cardíaco normal; (2) obter a FC; e (3) localizar o eixo elétrico do coração.
Continuando nossa interpretação do ECG, devemos observar a onda P na derivação II, onde será melhor visualizada e medida; é a onda que representa para nós a contração atrial, de modo que nos fornecerá importantes informações sobre estas câmaras cardíacas. Atente-se para suas dimensões: uma onda P normal deverá ter (1) uma amplitude (altura) de até 2,5 mm e (2) uma largura de até 0,10 segundos (2,5 mm).
Se uma altura maior – significa sobrecarga de átrio direito; Se uma largura maior – significa sobrecarga de átrio esquerdo. |
Em seguida, identifique e meça o intervalo P-R. Seu valor de referência será entre 0,12 e 0,20 segundos (entre 3 e 5 quadradinhos). Um intervalo P-R diminuído significa pré-excitação; enquanto um intervalo aumentado, um bloqueio atrioventricular (BAV).
O próximo passo é o estudo do complexo QRS. Observe que este traçado tende a possuir grandes amplitudes e pequenas larguras; isso ocorre devido à maior massa muscular dos ventrículos e à presença de um sistema altamente especializado para a condução do impulso, respectivamente. Neste momento, devemos desviar nossa atenção para as derivações precordiais, com o intuito de observar o fenômeno de transição elétrica.
As Derivações Precordiais
Os seis eletrodos positivos, que criam as derivações precordiais (ou torácicas) de V1 a V6, são dispostos no tórax de modo a definir um plano horizontal, visualizando as forças elétricas se movendo anteriormente e posteriormente. Observe como cada uma das derivações precordiais tem seu ponto de vista único sobre o coração. As derivações V1 e V2 ficam diretamente sobre o ventrículo direito, V3 e V4 sobre o septo interventricular e V5 e V6 sobre o ventrículo esquerdo. |
O fenômeno de transição elétrica consiste no crescimento gradual da onda R nas derivações precordiais (V1 a V6). Deve ser compreendido como o aparecimento do ventrículo esquerdo no traçado destas derivações; uma vez que é a câmara de maior massa, seu vetor de despolarização será maior, por isso o crescimento da onda R.
Desse modo, chegamos às características de um complexo QRS normal:
(1) deve ser estreito (até 0,10 segundos);
(2) R cresce de V1 a V6;
(3) V1 e V6 com traçados característicos: V1 como rS e V6 como qR.
rS qR
Nomenclatura do QRS – Toda onda positiva é denominada “R ou r”; – Um onda negativa, quando a primeira do complexo, é denominada “Q ou q”; – Qualquer onda negativa, que não a primeira, é denominada “S ou s”; – Se letra maiúscula ou minúscula, dependerá da amplitude da onda. |
Exercícios
Mais alguns exercícios para praticarmos nossos laudos eletrocardiográficos! Lembre-se de anotá-los para conferirmos no próximo módulo.
Espero que estejam gostando do curso! Qualquer dúvida, entre em contato conosco, será um prazer ajudar. Sugestões e comentários também são sempre bem vindos. Obrigado e até a próxima semana!
1)
2)
3)
4)