A raiva é uma doença infecciosa aguda causada por vírus transmitida pela saliva de animais infectados. Nos países desenvolvidos, em que há um bom controle vacinal de animais domésticos, os principais vetores da doença são os animais silvestres como morcegos e guaxinins, enquanto nos países pobres a raiva é em geral um endemia de mamíferos domésticos, principalmente cães e gatos “vira-latas”.
A raiva é uma doença infecciosa aguda causada por vírus transmitida pela saliva de animais infectados. Nos países desenvolvidos, em que há um bom controle vacinal de animais domésticos, os principais vetores da doença são os animais silvestres como morcegos e guaxinins, enquanto nos países pobres a raiva é em geral um endemia de mamíferos domésticos, principalmente cães e gatos “vira-latas”.
Se uma pessoa é mordida ou arranhada por algum mamífero, devemos sempre pensar no risco desta ter contraído a doença. Se o animal é doméstico, ele deve ser mantido em observação por 10 dias. Se após o período ele não parecer raivoso, a profilaxia não é necessária. Se o animal apresentar a doença neste prazo, ele deve ser morto para que sejam feitos exames para detectar o vírus. Caso a raiva seja confirmada pelos exames, a profilaxia pós-exposição deve ser instituída. Se o animal for silvestre, não se faz o período de observação: ele é morto e examinado imediatamente. A profilaxia é sempre administrada quando o animal foge e em regiões endêmicas da raiva. Nestas, a profilaxia é empírica até que se prove que o animal não possui a doença.
O primeiro passo da profilaxia é o cuidado da ferida. Ela deve ser muito bem limpa com água e sabão e, se necessário, realizar debridação, profilaxia para o tétano e instituir antibióticos.
Em seguida, os indivíduos que nunca foram vacinados contra a raiva devem receber imediatamente soro contra raiva na dose de 20 UI/Kg (soro humano) ou 40 UI/Kg (soro equino) no local da ferida, se isto for possível. Caso não seja, administrar via IM em local longe da ferida. Caso existam múltiplas feridas contamidas, sempre que possível todas devem receber soro.
Existe também a vacina contra raiva. Nos indivíduos não vacinados, administra-se 4 doses de 1 mL cada via IM, preferencialmente no deltóide. O esquema vacinal está no quadro abaixo.
Primeira dose | Segunda dose | Terceira dose | Quarta dose |
Dia 1 | Dia 3 | Dia 7 | Dia 15 |
Importante lembrar quando o soro não estiver disponível de imediato, a primeira dose da vacina será administrada antes do soro. Entretanto, é contraindicado administrar soro 7 dias após a primeira dose de vacina. É um tanto óbvio, mas só pra lembrar que pessoas vacinadas contra raiva, se mordidas, não correm risco de contrair a doença por já serem imunes a ela.
Fonte: Harrisons’s Principles of Internal Medicine. 18th edition. McGraw Hill.