A urolitíase apresenta distribuição mundial, sendo mais frequente em países de clima quente. Há risco maior em homens e brancos, sendo a incidência em crianças é baixa (3% dos casos). O tratamento imediato se baseia, principalmente, no uso de analgésicos para alívio da dor.
Urolitíase: tratamento agudo
A urolitíase apresenta distribuição mundial, sendo mais frequente em países de clima quente. Há risco maior em homens e brancos, sendo a incidência em crianças é baixa (3% dos casos). Vale ressaltar que a doença apresenta caráter recidivante. Além disso, sua relação com doenças sistêmicas é bem estabelecida, como diabetes mellitus, obesidade e síndrome metabólica.
Para o diagnóstico, a TC helicoidal é o padrão-ouro (é rápida, não necessita de contraste, permite medir a densidade do cálculo, possibilita diagnóstico de outras afecções). Como alternativa, podemos solicitar o ultrassom (é operador dependente, apresenta limitações em obesos e em cálculos do terço médio do ureter) associado ao Raio-x simples do abdome. A urografia excretora tem o inconveniente da radiação ionizante e da necessidade do uso de contraste iodado.
O tratamento imediato se baseia, principalmente, no uso de analgésicos para alívio da dor. A hidratação deve ser recomendada apenas para a correção de uma possível desidratação, uma vez que, se exagerada, pode aumentar a dor do paciente por elevar subitamente a formação de urina. Também recomenda-se o uso de fármacos para auxiliar o processo de expulsão de pequenos cálculos e para reduzir o número de episódios de dor, como bloqueadores de canais de cálcio (nifedipina) e bloqueadores alfa-adrenérgicos (doxasozina, terasozina), uma vez que atuam relaxando a musculatura ureteral. Pode-se ainda associar o uso de corticoides, visando reduzir o edema e facilitar a eliminação.
Quadro de Conceitos – Analgesia: analgésicos (dipirona), antiespasmódicos (hioscina), AINEs, opiáceos (casos de difícil controle). – Hidratação: correção de possível desidratação (se exagerada, pode aumentar a dor da cólica nefrética por elevar subitamente a formação de urina). – Terapia expulsiva: uso de drogas relaxantes da musculatura ureteral, como os bloqueadores de canais de cálcio (nifedipina) e os bloqueadores alfa-adrenérgicos (doxasozina, terasozina); podemos associar corticoides (reduz o edema e facilita a eliminação).
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O tratamento dos casos de urolitíase requer controle contínuo do paciente, com avaliações clínica e de imagem semanais ou quinzenais. Caso não haja boa resposta clínica, o tratamento intervencionista deve ser instituído. As indicações da terapia intervencionista incluem infecção, dilatação da via excretora e dor intratável; o tipo de tratamento depende do tamanho do cálculo e de sua localização, assim como de fatores do paciente (idade e comorbidades).
Se melhora espontânea (maioria dos casos), observar por 48 horas, liberando assim que houver estabilização do quadro. Dependendo do tamanho do cálculo, podemos presumir se ocorrerá eliminação espontânea ou se será necessária intervenção. Observe a tabela abaixo:
Tamanho |
< 5 mm |
5 a 7 mm |
> 7 mm |
Eliminação espontânea |
90% |
60% |
10% |
Conduta |
Expectante |
Possível intervenção |
Provável intervenção |
Igor Torturella
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