Diferentes classes de drogas antihipertensivas usadas por pacientes diabéticos foram avaliadas através da sobrevida e desfechos renais para se determinar a eficácia entre elas.
Essa avaliação foi feita através da revisão sistemática e meta-análise de trials clínicos randomizados publicados em até Dezembro de 2011 disponíveis em: PubMed, Scopus e Cochrane Library
Foram selecionados os estudos randomizados sobre terapia antihipertensiva (iECA, BRA, bloqueadores do canal de cálcio, alfa e beta bloqueadores, diuréticos e combinações entre si) em pacientes com diabetes com um seguimento mínimo de 12 meses, que relatassem: todas as causas de mortalidade, se houve necessidade de diálise e níveis de creatinina.
No total foram 63 estudos selecionados, nos quais participaram 36.917 pacientes. Destes, 2.400 vieram a falecer, 766 necessitaram de diálise e em 1.099 a creatinina sérica dobrou. Comparando com placebo, apenas os iECA reduziram de forma importante a chance da creatinina dobrar. Comparações entre todos os tratamentos evidenciaram que nenhuma droga alterou de forma relevante o desfecho de diálise. Embora os benefícios dos iECA comparados com os dos BRA não sejam estatisticamente significantes, essa primeira classe apresentou chances maiores de ser mais benéfica nos 3 desfechos avaliados (mortalidade, diálise e creatinina sérica). Mesmo que o efeito protetor do tratamento iECA + bloqueador do canal de cálcio não seja significativo segundo estatísticas quando comparado ao placebo, essa terapia tem a maior probabilidade de ser a melhor em reduzir a mortalidade, seguida por iECA + diurético, iECA, bloqueadores do canal de cálcio e BRA.
As análises demonstram os efeitos renoprotetores e a superioridade dos iECA em pacientes com diabetes. Além disso, as evidências não puderam mostrar que os BRA são melhores que os iECA. Considerando o custo das drogas, os achados sustentam o uso dos iECA como terapia de primeira linha dos pacientes hipertensos e diabéticos. Quando a pressão arterial não alcançar a meta através do iECA sozinho, é desejável adicionar um BRA ao tratamento.