A abordagem que um pediatra utiliza para discutir vacinação com os pais desempenha papel importante em determinar se estes decidirão em vacinar ou não a criança na consulta, segundo um estudo observacional em que 111 diálogos entre pais/responsáveis e médicos foram gravados e analizados.
O estudo inclui pais de crianças com idade entre 1 e 19 meses que passaram por screening da pesquisa Atitude Parental em Vacinas da Infância (Parent Attitudes About Childhood Vaccines). Foram definidos pais incertos em vacinar aqueles que obtiveram 50 pontos ou mais na pesquisa. Os pesquisadores desenvolveram um esquema de 15 práticas de comunicação e aplicaram nas em todas as consultas.
Os profissionais adotaram uma postura presuntiva quando eles suporam que os pais gostariam que a criança fosse vacinada naquele momento (ex: “Bem, temos que dar algumas vacinas”). Médicos que adotaram um discurso participativo (ex: “Sobre as vacinas, o que quer fazer?”, “Vamos vacinar hoje?”) fez com que os pais adotassem uma postura mais favorável em vacinar.
Foram um total de 111 diálogos sobre vacinas e na metade deles participaram pais receosos em vacinar. Quase três quartos dos médicos começaram as recomendações sobre vacinas com os discursos presuntivos e participativos.
Dentre os pais que foram resistentes a iniciativa do médico em vacinar (41%), a maior parte deles pontuou 50 ou mais pontos na pesquisa. Os responsáveis foram significativamente mais resistentes em vacinar quando o médico usou a postura participativa ao invés da presuntiva (Odds ratio ajustada: 17,5; 95% IC 1,2-253,5).
Metade dos médicos lidaram com resistência por parte dos pais quando repetiram suas primeiras recomendações (ex: “Ele precisa mesmo dessas vacinas!”), e quando isso aconteceu, praticamente metade dos pais (47%) que inicialmente recusaram as vacinas acabaram por aceitar as recomendações.
Fonte: Pediatricians’ Verbal Cues Affect Decision to Vaccinate.