Pergunta: Rodolfo Bonfim ( Centro Universitário UNIRG – Tocantins )
Caro Dr Mário Novais, sou estudante do quinto ano e venho com algumas dúvidas sobre a área que pretendo atuar. Me identifiquei bastante com a cadeira de GO ao passar pela mesma, mas o regime de plantões não me atrai. Resolvi então buscar uma subespecialdade com melhor qualidade de vida e vi na Reprodução Humana assistida uma boa alternativa, porém ao procurar sobre o assunto não consegui muitas informações. Minhas principais dúvidas são: A qualidade de vida do profissional dessa área é razoavelmente boa? Quais os ganhos a curto e médio prazo? Qual o custo de um procedimento? A expansão da clientela é rápida? Como está o mercado de trabalho? É possível viver só da área ou a mesma só é viável vinculada à Obstetrícia? Desde já, muito obrigado.
Resposta :
A reprodução humana assistida deixou de ser, oficialmente pelo CFM, uma área de atuação dentro da especialidade Ginecologia, mas continuam os cursos de pós graduação, indicados para ginecologistas e com duração de 1 ano. Existem também cursos menores sobre somente a parte laboratorial.
É uma área ainda em amadurecimento no Brasil e encontrada apenas em grandes centros.
É uma área promissora, mas é necessário que se ingresse em um grupo que já trabalha com isso. Normalmente durante o curso de pós graduação se fará contato com profissionais dessa área, o que vai permitir a introdução nesse meio médico, que ainda é bastante restrito.
Como tratam-se de atividades programadas a qualidade de vida do profissional é boa, mas o mercado ainda é relativamente pequeno ( uma vez que está concentrado em pequenos grupos ) e com isso os rendimentos ainda não são bons.
A resolução do CFM 2013/2013 atualiza as normas éticas para a reprodução humana assistida.
Se vc, após a residência em Ginecologia, optar por uma pós graduação dessas ( e os melhores centros estão em São Paulo e no Rio de Janeiro ) e migrar para uma outra capital, vai levar algum tempo para se estabilizar, mas com certeza irá desenvolver uma grande carreira.
Os custos dos procedimentos ainda são altos para os padrões brasileiros, ficando restrito a uma parcela pequena da população.
Reproduzimos abaixo uma entrevista dada ao portal saúde.terra pelo Dr. Arthur Dzik, presidente da sociedade brasileira de reprodução humana :
” Reprodução assistida pode custar até R$ 20 mil por tentativa.”
A escolha do método mais adequado é feita pelos especialistas de acordo com as necessidades do casal. E, quanto mais complexo for o tratamento, mais alto serão os custos
Cada método de reprodução assistida exige o emprego de uma técnica diferente e o respaldo de diversos profissionais. A escolha do método mais adequado é feita pelos especialistas de acordo com as necessidades do casal. E, quanto mais complexo for o tratamento, mais alto são os custos.
Os tratamentos de baixa complexidade, como a relação programada e a inseminação intrauterina artificial, custam em média de R$ 1,5 mil a R$ 4 mil. Já os considerados de alta complexidade, como a fertilizaçãoin vitro clássica ou com injeção intracitoplasmática de espermatozoide, têm valores que vão de R$ 7 mil a R$ 20 mil por tentativa.
Essa estimativa engloba todos os custos envolvidos no tratamento: honorários médicos, anestesista, medicamentos indutores de ovulação, ultrassonografias, preparação dos espermatozoides etc. “Além da complexidade do tratamento, também a região do País e a experiência da equipe podem influir no preço final”, ressalta Arthur Dzik, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH).
Há ainda os custos extras
Em alguns casos, quando há sobra de embriões, o casal pode optar por fazer o congelamento dessas células. O custo desse serviço pode variar de R$ 3 mil a R$ 5 mil.
O médico também pode pedir um exame genético pré-implantacional do embrião. Esse diagnóstico pode custar de R$ 2 mil a R$ 3 mil. “Esse estudo genético normalmente é indicado para mulheres acima dos 40 anos, com história de familiares próximos com doenças genéticas, ou para aquelas que sofrem com abortamentos habituais”, diz o presidente da SBRH.
Para DR. Arthur, os tratamentos são caros, pois a tecnologia e a infraestrutura utilizadas para colocar as técnicas em prática têm custos altos. “Os principais fatores que encarecem os tratamentos de reprodução assistida estão relacionados ao alto custo fixo e à manutenção dos equipamentos de um laboratório de ponta. Pesam ainda os insumos básicos, como meios de cultura, pipetas, agulhas de coleta ovocitária e de micromanipulação. Os cateteres de transferência embrionária também têm custam caro”, explica Dzik .
Mais informações podem ser encontradas no site : www.sbrh.org.br