Este é um relato de uma insônia resistente a tratamento. A paciente foi diagnosticada com depressão acompanhada de altos níveis de ansiedade, fraqueza, déficit de concentração e distúrbio sensório-motor. Por mais que este último sintoma fosse muito angustiante, ele não foi capaz de atender o critério para síndrome das pernas inquietas. Após tratamento com paroxetina de 20 mg e zolpidem de 10 mg, a ansiedade e o desvio do humor foram aliviados. Apesar disso, a depressão leve, o despertar intermitente (fragmentação do ciclo sono-vigília) e a síndrome das pernas inquietas subsindrômica continuaram. A insônia resistente foi tratada hipnóticos benzodiazepínicos (triazolam 0,25mg, lorazepam 2,5mg, fluorazepam 30mg) com melhora parcial, antidepressivos (trazodona 150mg, mirtazapina 15-30mg, agomelatina 50mg) e antipsicóticos (levomepromazina 25mg, zuclopentixol 25mg) sem resultados. A insônia intratável foi bastante responsiva a pregabalina sem apresentar efeitos adversos. A hipótese é que a terapia com pregabalina pode ser indicada nas insônias resistentes associadas com a síndrome das pernas inquietas subclínica, mesmo quando esta não satisfaz plenamente todos os critérios diagnósticos.
