Alguns relatos sugerem um aumento de idealização e comportamento suicida em pacientes tratados com antidepressivos. Esta é uma análise do impacto da fluoxetina na idealização suicida em pacientes ambulatoriais com depressão menor.
Os indivíduos do estudo foram adultos com depressão menor atendidos a nível ambulatorial (N=162), os quais receberam fluoxetina ou placebo em um estudo randomizado duplo-cego e prospectivo de duração de 12 semanas. Os participantes da pesquisa foram avaliados semanalmente com escalas padronizadas que incluíam quatro itens relacionados ao suicídio: item 3 da Escala de Hamilton para Depressão, item 18 do Inventário da Sintomatologia da Depressão e itens 15 e 59 da Lista Hopkins de Sintomas. Foi definido que um aumento igual ou maior que 2 pontos em qualquer um desses itens corresponderia a um aumento clinicamente significativo da idealização suicida.
No total, 60 dos 162 pacientes (37%) tiveram um aumento de pelo menos 1 ponto durante o tratamento e 17 deles (10,5%) de pelo menos 2 pontos em no mínimo um item, sendo 12/81 dos placebos (14,8%) e 5/81 dos tratados com fluoxetina(6,2%). Dos participantes do estudo com uma idealização suicida de base, 9/22 (40,9%) grupo placebo e 3/24 (12,5%) do grupo tratado com fluoxetina tiveram um aumento mínimo de 2 pontos (p=0,04). Análises de sobrevivência mostraram que os sujeitos ao placebo foram significantemente mais (p=0,050) suscetíveis a ter um aumento de pelo menos 2 pontos e um ou mais itens, uma diferença que surgiu precocemente e manteve-se durante toda a pesquisa.
Comparado ao placebo, fluoxetina não foi associada a um aumento clinicamente significativo da idealização suicida entre adultos com depressão menor durante 12 semanas de tratamento.