O uso global de vacinas contra o Papilomavírus Humano (HPV) para prevenir o câncer cervical muitas vezes é impedido pelo custo. Um esquema de 2 doses, ao contrário das 3 doses padrões atuais para as meninas, pode ser possível e com isso possibilitar a ampliação da cobertura contra o HPV, segundo foi divulgado pelo jornal JAMA.
Foi realizado um estudo para determinar se os níveis médios de anticorpos para HPV-16 e HPV-18 entre as meninas que receberam duas doses não foi inferior às mulheres que receberam três doses. Os pesquisadores selecionaram meninas entre 9 e 13 anos de idade e as dividiram em dois grupos: um deles recebia 3 doses da vacina contra o HPV quadrivalente (0, 2 e 6 meses) e o outro recebia apenas duas doses (0 e 6 meses). Outro grupo de mulheres jovens, entre 16 26 anos, receberam as 3 doses (0, 2 e 6 meses). Os níveis de anticorpos foram medidos em 0, 7, 18, 24 e 36 meses.
Os resultados mostraram que as meninas que tomaram 2 doses com intervalo de 6 meses, obtiveram resultados primários (níveis de anticorpos após 1 mês da última vacina) muito próximo das mulheres jovens que receberam 3 doses da vacina. No entando, ao analisar os níveis de anticorpos aos 24 e 36 meses, verificaram que ocorreu uma discrepância em alguns genótipos (HPV-18 e HPV-6) entre os grupos que receberam 2 doses versus os que receberam 3 doses, com o primeiro grupo tendo níveis de anticorpos inferiores. Mais dados sobre a duração da imunização é necessário, antes que se consiga reduzir para duas doses a vacina contra o HPV.